Blog do Flavio Gomes
F-1

SANTA PISTA (3)

SÃO PAULO (sou, sim) – Sempre que o Reginaldo não for a uma corrida, preterido em favor de Barrichello e Burti, vou malhar aqui. Sempre com a ressalva de que não é corporativismo, não é nada contra ex-atletas trabalharem como jornalistas. Se eles se comportarem como jornalistas, fizerem seu trabalho com o rigor que o […]

trapiste3SÃO PAULO (sou, sim) – Sempre que o Reginaldo não for a uma corrida, preterido em favor de Barrichello e Burti, vou malhar aqui. Sempre com a ressalva de que não é corporativismo, não é nada contra ex-atletas trabalharem como jornalistas. Se eles se comportarem como jornalistas, fizerem seu trabalho com o rigor que o jornalismo exige, por mim podem ser até ex-proxenetas. Mas para tirar o lugar de alguém que se prepara, batalha, conhece o ofício, o mínimo que se espera é respeito profissional por quem está do lado de lá da tela, do microfone, do papel.

Barrichello hoje em Spa. Animador de torcida no grid, ao lado de um repórter que se atrapalha todo, grita o tempo todo e fica tentando dar algum sentido à balbúrdia sem método do ex-piloto-repórter. Que chega em Ross Brawn, chefe da equipe do cara que está na pole, e pergunta: “Você tem saudades de mim?”. Depois fala algo sobre o carro, mas não escuta o que o entrevistado falou e pede ao locutor para traduzir.

Mais. “Em Spa pode chover nos próximos 5 segundos”. Uau. Mais. Chama o cinegrafista que há 20 anos faz F-1 para a Globo, o Baiano, de Marcelo. O nome dele é Luiz Demétrio. Mais. Entrevista o dono da Force India. Chama o cara de Vijay, na maior intimidade. Não tem sobrenome, nem cargo. Ninguém, entre os Homers Simpsons que assistem à Globo, é obrigado a saber quem é Vijay Mallya. Mais. Ele e Burti gastam metade da corrida justificando a má performance de Massa por causa do KERS que não funcionava. Ao fim da corrida, Massa diz que funcionou normalmente, exceto nas primeiras voltas.

Fora o vocabulário. “Situação” é palavra que vale para qualquer situação. E certeza que Rubens fala “concerteza” junto. Certeza absoluta. Tudo, rigorosamente tudo, é “concerteza”.

Falo mesmo. É ruim, fraco, não acrescenta nada. Não sabia sequer quantas corridas tinha disputado na Bélgica. “Corri 19 anos na F-1, foram 19.” Não, não foram. Em 2003 e 2006 não teve corrida na Bélgica. E, a rigor, a de 1998 não conta estatisticamente porque houve nova largada e Rubens não tinha carro-reserva, depois do acidente múltiplo no início que bloqueou a pista. Portanto, foram 16. Com boa vontade, 17. Informação é o nosso esporte. Informação é o que o jornalista deve dar.  Se não “tencerteza”, apure.

Já volto para falar da corrida.