Blog do Flavio Gomes
F-1

A ERA MASSA

SÃO PAULO (grandes mudanças) – Foi pelo Instagram que Felipe Massa acabou de anunciar sua saída da Ferrari. Foram oito anos como titular, desde 2006, e uma vida toda ligada a Maranello desde 2001, quando foi contratado e imediatamente emprestado à Sauber. Reproduzo abaixo o texto em inglês, que Felipe postou junto de uma foto […]

massa_interlagos_2006SÃO PAULO (grandes mudanças) – Foi pelo Instagram que Felipe Massa acabou de anunciar sua saída da Ferrari. Foram oito anos como titular, desde 2006, e uma vida toda ligada a Maranello desde 2001, quando foi contratado e imediatamente emprestado à Sauber.

Reproduzo abaixo o texto em inglês, que Felipe postou junto de uma foto de sua vitória em Interlagos em 2006.

From 2014 i will no longer be driving for Ferrari. I would like to thank the team for all the victories and incredible moments experienced together. Thank you also to my wife and all of my family, to my fans and all my Sponsors. From each one of you I have always received a great support! Right now I want to push as hard as possible with Ferrari for the remaining 7 races. For next year, I want to find a team that can give me a competitive car to win many more races and challenge for the Championship which remains my greatest objective! Thank you all. Felipe

Acho que não precisa de tradução. Elegante, sóbrio, grato e, sobretudo, honesto. Entre outras coisas, porque não resolveu dar uma exclusiva para ninguém, nem fazer acordo com pool de jornalistas, como Barrichello gostava de fazer. Isso só aumenta minha admiração pelo rapaz.

Mas… E agora?

Ontem, falamos bastante aqui dessa possibilidade, concreta, de o Brasil não ter piloto no ano que vem na F-1. Onde pode correr Felipe? Um piloto de ponta não costuma descer degraus. Mas na F-1 atual, são cada vez menores as chances de se recolocar nas equipes grandes, que ultimamente têm apostado em duplas longevas. E Massa, por suas últimas temporadas, com resultados abaixo do esperado, não é propriamente disputado a tapa por ninguém. É uma realidade, com a qual tem de conviver. Assim, é evidente que se ficar na F-1, vai, sim, descer alguns degraus.

O que não tem importância alguma, porque o que vale, digo sempre, é a felicidade de se fazer o que quer e o que gosta. Se resolver correr na Caterham, problema dele. Assim como legítimas foram as opções de Nelsinho pelas caminhonetes do Velho Oeste, e mesmo a de Barrichello pelas bolhas estoqueanas. E de Raikkonen, anos atrás, pela lama do rali.

Falando nele, alguma dúvida sobre seu destino? Mas esse é tema para outro post.

Felipe, agora. Haverá uma vaga óbvia na Lotus. É a melhor possível. Se conseguir negociar bem, inclusive arrumando uns cobres no Brasil, tem chance, sim. O outro candidato forte é Hülkenberg. Embora ontem tenham surgido comentários na imprensa alemã de que Alonso estaria indo para o time, ex-Renault, indisposto com a Ferrari.

Se Hülk sair da Sauber, passa a ser outro lugar possível. Mas ali há um porém. O time virou reduto de pagantes com a já anunciada contratação do jovem russo cujo nome sempre esqueço. Lev Yashi, Gorbachov, Ieltsin, não lembro. Gutiérrez leva grana do México. Acho bem complicado, ali.

McLaren? Pérez não vem emocionando ninguém. Não acho que Felipe faria menos que o garoto, mas o contrato é plurianual e tem possibilidade de dinheiro na parada. Não sei. Toro Rosso? Não, ali é para a molecada da Red Bull. Williams? Pode estar correndo por fora, a ver. Mercedes? Não, estão bem com Hamilton e Rosberg.

Sair da F-1?

É uma possibilidade que jamais pode ser descartada. E, aí, eu procuraria o WEC. Lá é legal.

Na Ferrari, Felipe disputou 133 GPs desde a estreia como titular em 2006 e venceu 11, com 15 poles. Seu melhor ano, 2008, foi cruel pela forma como perdeu o título para Hamilton, na última curva da última volta do último GP do ano. Mas recebeu a derrota com uma dignidade ímpar. Ao longo desses anos de Ferrari, comeu o pão que o diabo amassou depois do acidente de 2009 na Hungria. Com Alonso como companheiro de equipe, perdeu espaço naturalmente para alguém melhor que ele.

O acidente afetou sua pilotagem? Pode ser, mas sou defensor da hipótese de que seu maior problema foi mesmo Alonso, um piloto fortíssimo, excepcional, que acaba tomando conta do galinheiro. Quanto não toma, como na McLaren em 2007, as relações azedam.

Volto em instantes, para falar de Kimi. E de Fernandinho.