Blog do Flavio Gomes
F-1

VAIA PARA O PÚBLICO

SÃO PAULO (mundo estranho) – Em sei lá quantos anos de F-1, não vi muita gente ser vaiada em autódromos. Os apupos mais eloquentes presenciei em Zeltweg em 2002, na histórica palhaçada da Ferrari, Schumacher e Barrichello. Ali, até eu, se pudesse, mandava um buuu para toda aquela gente no pódio. Era justificada e compreensível, […]

SÃO PAULO (mundo estranho) – Em sei lá quantos anos de F-1, não vi muita gente ser vaiada em autódromos. Os apupos mais eloquentes presenciei em Zeltweg em 2002, na histórica palhaçada da Ferrari, Schumacher e Barrichello. Ali, até eu, se pudesse, mandava um buuu para toda aquela gente no pódio. Era justificada e compreensível, a vaia para a marmelada.

Em Indianápolis, em 2005, o público americano também vaiou, com razão, o GP de seis carros com pneus Bridgestone. A turma da Michelin abortou depois da volta de apresentação, numa das coisas mais esquisitas da história do automobilismo. E em São Paulo, me lembro das vaias a Balestre no grid em 1990. Mas ele foi provocar. E sempre tem um ou outro bocó que xinga quem ganha de piloto brasileiro. OK, Brasil é um pouco à parte.

Agora, essas vaias para Vettel em Cingapura, juro que não entendo. A começar pelo público, um bando de coxinhas milionários que não entende picas de corrida. Depois, o alvo. Vettel tem culpa se tem um carro bom e ganha corrida? Ah, mas foi pelo que ele fez com o Webber na Malásia, vai dizer alguém. OK, o que ele fez com Webber na Malásia foi sacanagem, mas será que foi isso mesmo? Bem, Cingapura é perto da Malásia, pode ser.

De qualquer forma, acho tudo esquisito. E injusto. Vettel é um piloto limpo. Não lembro de nada muito condenável que tenha feito na pista. É simpático, carismático e talentosíssimo. Um monte de gente saiu em defesa dele, como Lauda. Minha conclusão é que o povo que vai aos autódromos nesses países sem nenhuma tradição de automobilismo não entende nada de corridas.