Blog do Flavio Gomes
F-1

MAIS DE RUBENS

SÃO PAULO (vale tudo) – Perguntaram a Monisha Kaltenborn sobre Barrichello e ela respondeu. Como não disse nem “não”, nem “sim”, pronto. “Deve”, “pode”, “considera”, “admite”… São muitos os verbos que, no jornalismo, a gente pode usar para não afirmar nada e noticiar especulações. Faz parte do jogo. No fim, virou manchete no Grande Prêmio, […]

wirelessphoneSÃO PAULO (vale tudo) – Perguntaram a Monisha Kaltenborn sobre Barrichello e ela respondeu. Como não disse nem “não”, nem “sim”, pronto. “Deve”, “pode”, “considera”, “admite”… São muitos os verbos que, no jornalismo, a gente pode usar para não afirmar nada e noticiar especulações. Faz parte do jogo.

No fim, virou manchete no Grande Prêmio, meu site. Que a Sauber considera Barrichello uma opção para 2014.

Não estou criticando meu site, meus editores, meus repórteres. Eles têm total autonomia de ação. E, de fato, numa quinta-feira pré-treino livre de um GP desinteressante, acabou sendo algo de razoável interesse para noticiar.

O que não quer dizer que eu acredito na Monisha, a chefe da Sauber. Acredito que ela disse o que está registrado, óbvio, e se disse é preciso noticiar. Mas não acredito que ela esteja dizendo a verdade. Me parece muito mais uma delicadeza da moça. Espinafrar qualquer nome de alguém em atividade pode soar indelicado, ainda mais quando se trata de alguém que recentemente estava lá, na F-1, e pode ser acusado de qualquer coisa, menos de falta de experiência.

Barrichello voltar à F-1, no entanto, não faz o menor sentido. Ou: faz tanto sentido quanto a volta de Trulli, ou de Heidfeld, Liuzzi, Glock, Buemi, Alguersuari, Senninha, Petrov, Kovalainen, Chandhok, Karthikeyan, De la Rosa e até Schumacher, para ficar nos nomes dos que disputaram, com Rubens, a temporada de 2011, sua última na categoria. Ah, tem Kobayashi, também, e D’Ambrosio.

Rubens está há dois anos fora da F-1. Em 2012, correu na Indy e foi mal. Terminou o campeonato em 12°, não obteve nenhum pódio e teve um quarto lugar como melhor resultado. Neste ano, participa da Estoque sem grande destaque. É o oitavo colocado, tem um segundo lugar e uma pole.

O que, além da experiência (tem 41 anos), credenciaria Barrichello a um lugar na F-1 novamente? Dinheiro, se tiver como juntar uns 15 milhões de obamas para ajudar a financiar a Sauber. E não acho que seja fácil levantar isso no Brasil. Faria muito mais sentido, por exemplo, imaginar Massa levantar essa grana. E é um piloto mais jovem, mais atualizado, em atividade na F-1 (e não com aquelas banheiras estoqueanas), melhor, enfim.

Essa história, no fundo, me parece mais um caso de, hum, “jornalismo colaborativo”. Do tipo em que jornalista colabora com o piloto, se é que me entendem.

De qualquer forma, já pedi aos meninos e meninas do Grande Prêmio para diminuírem o barulho com o caso.