Blog do Flavio Gomes
F-1

INTERNADAS (26)

SÃO PAULO (relaxem) – Antes de falar da corrida, de novo, algumas palavrinhas sobre a presença da Glenda Kozlowski como entrevistadora do pódio. Ah, essas redes sociais… Todos malhando a menina, como se fosse alguma aberração. Não foi. OK, ela começou mal, numas de animadora de auditório, mas logo sacou que não era o caso, […]

SÃO PAULO (relaxem) – Antes de falar da corrida, de novo, algumas palavrinhas sobre a presença da Glenda Kozlowski como entrevistadora do pódio. Ah, essas redes sociais… Todos malhando a menina, como se fosse alguma aberração. Não foi. OK, ela começou mal, numas de animadora de auditório, mas logo sacou que não era o caso, se aprumou e tocou o barco. Vettel sugeriu que ela falasse antes com Webber, e ela fez isso. Depois, fez as perguntas normais aos outros dois pilotos e tudo correu bem. É bonita e simpática, não há motivo algum para tanta chiadeira.

Muita gente, nas benditas redes sociais, disse que Barrichello é quem deveria fazer as entrevistas. Fico imaginando as perguntas:

– Mark, congratulations, ask Red Bull to give me your place next year!

– Fernando, does Ferrari miss me?

– Sebastian, my grandmother said it wouldn’t rain, did you talk to her?

– Christian Horner, say hello to Brazil!

Bem melhor a Glenda. E é natural o nervosismo, ela é apresentadora de TV, não tem obrigação nenhuma de se comportar como um ex-piloto — geralmente, quem toca essas entrevistas são caras como David Coulthard, Johnny Herbert, Damon Hill, Eddie Jordan, Martin Brundle…

Uma vez, não lembro bem em qual ano, e também não sei bem por qual motivo, me escalaram como mestre de cerimônias da abertura de uma etapa da Indy no Rio. Me colocaram camisa de colarinho engomado e tudo. Usei óculos escuros também, e talvez boné. Sei que me deram uma papeleta com a hora, o minuto e o segundo em que eu devia fazer algumas coisas, seguindo um roteiro que deve ter sido preparado pela CIA. “Às 11h25min30s, dê um sorriso. Às 11h26min12, convoque o padre para fazer a oração dos pilotos. Às 11h28min47s, faça o sinal da cruz. Às 11h29h54s, diga a frase ‘gentlemen start your engines’.”

Sei que fiz tudo errado, ou do meu jeito, que não era necessariamente errado, e possivelmente mandei os pilotos ligarem os motores antes de o padre rezar, o que pode ter causado algum problema com as autoridades do Paraíso. Na hora do sinal da cruz, devo ter dado uma pedalada no pescoço do reverendo e talvez tenha chamado o indigitado de rabino. A moça que me dirigia, porque é claro que tinha uma diretora de cena gesticulando o tempo todo, quase teve um ataque. Mas deu tudo certo, os carros funcionaram, a corrida aconteceu e o padre rezou, mesmo que ninguém tenha escutado.

Não é relevante, em resumo. Deixem a Glenda em paz, ela estava linda como sempre.

Eu e a Glenda na entrada do paddock em 2010: melhor que o Rubinho, disparado.