Blog do Flavio Gomes
F-1

FECHOU O BAR, HEIN?

SÃO PAULO (tubaína neles) – Acabou a segunda perna da pré-temporada. Ontem à noite, se vocês leram o material do Nasr, havia uma dúvida se ele iria andar pela primeira vez com a Williams nos testes da semana que vem, ou no primeiro treino livre para o GP do Bahrein. Andou hoje. E não foi […]

nasrestreiaSÃO PAULO (tubaína neles) – Acabou a segunda perna da pré-temporada. Ontem à noite, se vocês leram o material do Nasr, havia uma dúvida se ele iria andar pela primeira vez com a Williams nos testes da semana que vem, ou no primeiro treino livre para o GP do Bahrein.

Andou hoje.

E não foi pouco, não. O brasileiro completou 87 voltas e fechou o dia com o quarto melhor tempo, um bom começo como piloto de F-1. Menos pela posição, muito mais pelo grande número de voltas, mais do que uma corrida inteira. Interessante.

Mas falaremos disso depois. Vamos à Red Bull. Gente do céu, o que está acontecendo com essa equipe? Parece o Fluminense, campeão brasileiro de 2012 e rebaixado no ano seguinte. Inacreditável.

Hoje, Ricciardo conseguiu completar só 15 voltas. Primeiro, um problema de software. Depois, um genérico “problema mecânico”. O desespero bateu. Não se sabe se o carro é bom ou ruim. Ele simplesmente não anda, não funciona. Desse jeito, o objetivo do time nas primeiras corridas do ano será não mais do que largar. Os quatro últimos dias de testes, semana que vem, que deveriam ser dedicados à sintonia fina para buscar desempenho, terão de ser usados única e exclusivamente para garantir que o RB10 saia do lugar na largada para o GP da Austrália. O melhor tempo de Ricardão foi mais de 6s pior que o de Rosberguinho, que voou hoje.

Nunca vi isso.

Nico fechou a semana com a melhor volta de todas, 1min33s283, depois de 83 voltas. A Mercedes, salvo alguma grande surpresa, abrirá a temporada como franca favorita às vitórias ao menos nas primeiras etapas. McLaren e Ferrari serão suas principais adversárias, mas até agora nenhuma delas brilhou na pré-temporada. Ambas foram apenas OK. Poucos problemas, mas performances discretas. Já dá para fazer um rascunho do início do campeonato. Pela ordem, Mercedes, McLaren, Ferrari, Force India e Williams. Oh, todos usam motores Mercedes! Verdade, com a exceção óbvia dos italianos.

A Force India teve seus gremlins hoje também, na transmissão. Isso permitiu a Pérez completar apenas 19 voltas. A Lotus, incrivelmente, concluiu com Maldonado um trabalho razoável de 59 voltas e nenhum grande drama de motor, o que a essa altura, para os renólicos, é um alento.

Sauber e Marussia se lascaram. A primeira descobriu algo muito errado no monocoque de Sutil e teve de trocar simplesmente o chassi. Aí, o máximo que o alemão conseguiu foi fazer sete voltinhas. Já os marússicos mandaram vir peças novas da sede, elas foram montadas no carro de Bianchi, mas o francês não andou muito: cinco voltinhas. Dia perdido para ambas. Como para a Toro Rosso: 19 voltinhas para Vergne. E para a Caterham: 21 voltas para Koba-Mito e Ericsson, somados.

Raikkonen bateu no final do dia, mas a Ferrari fez a dela, assim como a McLaren com Button. Percorreram um bom número de voltas e foi tudo razoavelmente bem. Kimi, ao perceber que o trabalho tinha terminado mais cedo, mandou um whatsapp para Vettel, com quem tinha combinado de se encontrar para um happy hour. Sebastian só respondeu meia hora depois, dizendo que ainda estava sonolento. O ferrarista não perdoou: “Também, ontem, você fechou o bar, hein?”.

Agora, Nasr. Foi a primeira vez que guiou um F-1. “É diferente de qualquer outro carro, pela potência, eficiência dos freios e downforce. Mas consegui passar informações para os engenheiros e foi um dia muito produtivo”, falou Felipe II. Biela Nelson, o engenheiro, elogiou: “Foi a primeira vez dele no carro, e ele mostrou muita sensibilidade, passou boas informações, trabalhou bem com os engenheiros e ainda foi rápido. Acho que a gente não poderia querer mais do que isso”.

Belíssimo começo.