Blog do Flavio Gomes
DKW & cia.

BLUE CLOUD, FIM

SÃO PAULO (regressiva) – Com minha Vemaguet 1961 (que oficialmente é uma “camioneta DKW-Vemag; Belcar e Vemaguet foram nomenclaturas adotadas a partir de 1962), foram cerca de 550 km para ir e voltar de Poços de Caldas. Nenhum imprevisto. Tirando a temperatura que hoje subiu perigosamente quando saímos da cidade, por conta do calor implacável, […]

SÃO PAULO (regressiva) – Com minha Vemaguet 1961 (que oficialmente é uma “camioneta DKW-Vemag; Belcar e Vemaguet foram nomenclaturas adotadas a partir de 1962), foram cerca de 550 km para ir e voltar de Poços de Caldas. Nenhum imprevisto. Tirando a temperatura que hoje subiu perigosamente quando saímos da cidade, por conta do calor implacável, tudo na mais absoluta normalidade. Vocês não têm ideia de como é gostoso pegar um carro fabricado há mais de 50 anos e sair por aí, pelas estradas da vida, sem medo de ser feliz.

Mas minha aventura não teve nada demais. Demais foram os colegas que saíram de Pelotas, ou de Recife, ou de Curitiba, ou de Blumenau. Esses rodaram muito, mas muito mesmo. Cinco mil km para a turma de Pernambuco. Mais de três mil com os carros dos gaúchos. E de quilômetro em quilômetro, os 95 veículos da marca que bateram ponto no 12° Blue Cloud (94 carros e uma moto) nos encheram de orgulho e alegria, mais uma vez.

Todos os modelos estiveram em Poços: os sedãs, as peruinhas, os jipes, os cupês e os esportivos. Traduzindo para vocês, pobres almas: Belcar (e suas variações de nomes anteriores a 1962), Vemaguet (incluindo as camionetas, mais Caiçara e Pracinha), Candango (Praiano, capota-de-aço, uma réplica de Munga, e os dois clássicos, Candango 2 e Candango 4), Fissore, Puma e Malzoni.

Ano que vem, nosso desafio é incrementar essa fauna toda com modelos que já estiveram em outros Blue Clouds, e não puderam vir desta vez, e alguns inéditos. Vamos fazer de tudo para trazer Schnellaster, F102, 1000 SP, Junior, Universal (as peruinhas 1956 e 1957), os Wartburg, parentes muito próximos, e alguns pré-guerra que sabemos que andam por aí, como o F7 e o F8. Além de mais motos. E alguma coisa do museu da Audi de Ingolstadt, promessa recente que vamos dar um jeito de viabilizar. E, cereja do bolo, argentinos e uruguaios COM SEUS CARROS. Já pensaram?

Deu tudo certo nos quatro dias de evento, com sol e calor o tempo todo, os conjuntos musicais que tocaram no “Espaço Dois Tempos” foram ótimos, e aqueles que nunca tinham vindo ficaram sinceramente encantados com tudo. Relatos de quebras no caminho foram raríssimos. É importante sempre reforçar que o BC é um evento muito particular nesse quesito. Os carros vão rodando. Num cálculo por alto, eu diria que apenas uma dúzia dos participantes chegaram sobre caminhões ou reboques. E, em alguns casos, porque seus donos optaram por trazer mais de um modelo; um rodando, o outro puxado.

Meu companheiro de viagem foi o mestre Crispim, uma celebridade. Na volta, juntou-se a ele na peruinha a grande surpresa do fim de semana, a namorada que apareceu no sábado de manhã porque depois que foi ao primeiro BC, ano passado, decidiu que não perde mais nenhum porque é apaixonada pelos Candangos. Desta vez, caiu de amores pelo Praiano, que por conta da forração verde e branca dos bancos foi apelidado de Glorioso Alviverde Praiano. Uma mistureba futebolística.

O próximo já está marcado: de 27 a 30 de agosto do ano que vem, em Poços de Caldas mesmo. Blumenau se ofereceu formalmente para sediar o encontro, através de sua prefeitura, mas decidimos fixar a cidade do Sul de Minas e o último fim de semana de agosto como local e data até o fim dos tempos. Estimulando, claro, encontros regionais. E Blumenau é candidato ao primeiro.

A Audi participou mais intensamente neste ano com patrocínio e apoio, e no ano que vem vai entrar de sola. Afinal, o Blue Cloud é a história viva da marca. E virou notícia, como nesta ótima reportagem do “Jornal do Carro” do “Estadão”. Ou nessa aqui, da TV Globo.

Pena que já acabou. Mas 2015 está logo ali.