Blog do Flavio Gomes
Arquitetura & urbanismo

O ÚLTIMO DRIVE-IN

SÃO PAULO (não deixem) – Se há outro sobrevivente em algum canto do país, não sei. Me contem. Mas aquele que é considerado o derradeiro cinema drive-in do Brasil está correndo risco, segundo o blogueiro Márcio Rezende. Ele fica em Brasília, no mesmo complexo do autódromo e do estádio Mané Garrincha. E aí é que […]

SÃO PAULO (não deixem) – Se há outro sobrevivente em algum canto do país, não sei. Me contem. Mas aquele que é considerado o derradeiro cinema drive-in do Brasil está correndo risco, segundo o blogueiro Márcio Rezende. Ele fica em Brasília, no mesmo complexo do autódromo e do estádio Mané Garrincha. E aí é que está o problema. O circuito será (talvez) reformado para (talvez) receber a Indy e (talvez um dia) a MotoGP. E as obras podem acabar batendo no cinema.

Para evitar uma tragédia, que seria seu desaparecimento, já tem até abaixo-assinado, explicando tudo. A ideia é fazer aprovar logo um projeto de lei que prevê seu tombamento. E, assim, ele será salvo.

O Cine Drive-in foi inaugurado em 1973, possui a maior tela do Brasil (312 m²) e tem capacidade para 500 carros. É a coisa mais gostosa do mundo ver um filme no cinema de dentro do carro, comendo cheese-salada e tomando milk-shake. Só quem já fez isso sabe.

Nem sei se o Drive-in de Brasília tem sanduíches e refrescos, e vocês aí da capital nos digam tudo, por favor. De qualquer forma, vamos assinar, protestar, gritar, berrar, impedir que alguma atrocidade administrativa acabe com o último drive-in do país.

Aproveitem e falem mais do cinema. O que está passando agora? Quanto custa o ingresso? É programa frequente da turma de BSB? Vocês já namoraram no estacionamento? O vidro ficou embaçado?

Lembro de um drive-in em Santo Amaro. Um dia, meu pai foi com minha mãe de Fusquinha ver “Midnight Cowboy”. Como não tinha com quem deixar os moleques, enfiou nós três no chiqueirinho do Fusca e cobriu com uma manta para a gente entrar escondido. Assistimos ao filme clandestinamente. Mas acho que dormimos, os três, embalados por “Everybody’s Talkin'”