Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

LE MANS AQUI (6)

SÃO PAULO (valeu) – E deu Porsche. Mas com um susto danado. Faltavam 25 minutos para o fim da corrida quando Mark Webber, subindo o Café, se enroscou (ou foi tocado, a imagem não é clara) com a Ferrari do italiano Matteo Cressoni, da GTE Am, e se espatifou no muro. Seu carro ficou totalmente […]

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SÃO PAULO (valeu) – E deu Porsche. Mas com um susto danado. Faltavam 25 minutos para o fim da corrida quando Mark Webber, subindo o Café, se enroscou (ou foi tocado, a imagem não é clara) com a Ferrari do italiano Matteo Cressoni, da GTE Am, e se espatifou no muro. Seu carro ficou totalmente destruído e um clima de enorme apreensão tomou conta de Interlagos. E só terminou quando as câmeras mostraram o australiano, na maca, acenando com a mão direita.

Foi no mesmo lugar em que ele bateu com a Jaguar em 2003, na F-1, naquela célebre corrida que acabou com a vitória de Giancarlo Fisichella, confirmada apenas no dia seguinte.

Mark está bem. Por isso, a Porsche pode comemorar à vontade sua primeira vitória no WEC, a primeira com um protótipo desde o triunfo em Le Mans em 1987.

Acabou com safety-car, privando o público de Interlagos de uma batalha que seria épica entre o #14 de Romain Dumas, Marc Lieb e Neel Jani, este ao volante no trecho final, e o Toyota #8 de Sébastien Buemi e Anthony Davidson, com o inglês no cockpit. O sexto pit stop dos dois carros foi fundamental para que o Porsche assumisse a liderança, porque não trocou pneus e sua parada foi cerca de 15s mais rápida. Essa diferença era a que separava o #14 do #8 na hora do safety-car. Mas nas voltas anteriores, dezenas delas, a vantagem chegou a ser menor que 1s, o que é um espanto para uma corrida de 6 horas de duração.

O safety-car juntou todo mundo, e se saísse da pista com três ou quatro voltas ainda para o fim, a briga seria linda. Mas demorou para tirar o carro de Webber e a Ferrari de Cressoni, para limpar a pista, para verificar o muro, e por isso a quadriculada foi dada sob bandeira amarela.

Fez-se justiça, de qualquer forma. A Porsche dominou os treinos e foi bom que tenha chegado à vitória em sua temporada de estreia no WEC. O pódio teve também o trio Kristensen/Duval/Di Grassi, da Audi, em terceiro. Muito bacana pela despedida do dinamarquês, o maior de todos nessa bagaça aqui. Leva um troféu para casa depois de sua última corrida, prêmio mais do que merecido para um sujeito com a carreira que tem.

Emerson Fittipaldi, correndo em trio com o italiano Alessandro Pier Guidi e o americano Jeffrey Segal, terminou em 21° na geral, o último dos carros que receberam a bandeirada andando. Na sua categoria, classificou-se em sexto de sete carros. Sua Ferrari ficou parada um tempão, para troca de câmbio. Quebrou na mão do brasileiro, que pelo menos pôde se divertir um pouco.

Foi um belo evento automobilístico, com todos os defeitos que muita gente vai encontrar e que, realmente, arranham um pouco a capacidade dos promotores atuais de organizarem uma corrida de um campeonato mundial. Mas acho que quem veio gostou do que viu.