Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM À TARDE

SÃO PAULO (sobrevivi) – Um GP do Brasil sempre acaba tendo um monte de histórias paralelas, mesmo quando a corrida não é excepcional, como a de ontem. Assim, vamos ao rescaldo de Interlagos. – A invasão. Ontem, escrevi que “deram uma liberada”. Não foi bem assim, pelos relatos dos blogueiros que estavam no Setor A. […]

SÃO PAULO (sobrevivi) – Um GP do Brasil sempre acaba tendo um monte de histórias paralelas, mesmo quando a corrida não é excepcional, como a de ontem. Assim, vamos ao rescaldo de Interlagos.

– A invasão. Ontem, escrevi que “deram uma liberada”. Não foi bem assim, pelos relatos dos blogueiros que estavam no Setor A. A real é que arrebentaram o alambrado, os seguranças tentaram conter a turba, deram umas porradas em algumas pessoas, mas a coisa saiu de controle. Depois, tudo na paz. O fato é que esse é um caminho sem volta. Depois da primeira invasão, outras virão. O que fazer? Organizar a bagaça. Falar com a FIA e permitir que ela aconteça. Instruir o público. Colocar portões de acesso para a pista a partir das arquibancadas. O Setor G terá de ser contemplado. Não vejo mal algum, desde que se garanta a segurança da área de box. Deixar as pessoas passearem pela pista não tem problema nenhum, é uma forma de aproximar o público do templo que ele normalmente só vê pela TV. É assim em um monte de circuitos. Tarefa para o Tamas Rohonyi, portanto: estudar como fazer a invasão consentida, de forma civilizada e amigável. Porque apesar de tudo, ontem, foi muito bonito. Vocês acham que Niki Lauda vai esquecer este momento registrado pelo grande Carsten Horst? Podemos ter testemunhado ontem o início de algo que virar tradição. É legal, isso.

– A Mercedes chegou ontem à sua 11ª dobradinha no ano. É recorde para uma temporada, embora a marca tenha sido atingida com 18 corridas. A McLaren fez 10 em 1988 em 16 etapas. Mas é esse recorde que fica, e pode ser ampliado em Abu Dhabi. Outra marca importante foi a 15ª vitória da equipe, igualando McLaren/1988 e Ferrari/2002/2004. Igualmente poderá ser batido mais este recorde por um time que impôs uma superioridade impressionante neste Mundial.

– No momento em que escrevo, a Caterham já arrecadou 1.100.322 libras para tentar correr em Abu Dhabi. É quase a metade, 46%, do que precisa. Estou sinceramente impressionado com esse negócio. Até agora, 2.801 doadores pingaram alguns cobres para ajudar, o que dá uma média de 392 libras por cabeça, quase 1.600 reais. Você doaria uma grana preta dessas? Olha, é muito estranho esse negócio…

– Leandro Beninca, o moleque do “taca-le pau”, esteve no autódromo, mas não participou da transmissão da Globo, como chegaram a noticiar. Viu a corrida num dos camarotes e foi tietado pelo apresentador global Tiago Leifert. Será que ele curtiu seu primeiro GP? Tomara. Porque Leandro eternizou uma expressão que vale para um monte de coisa. Está na História, com H maiúsculo. Grande figura!

– Quando deixei o autódromo ontem à noite, fiz minha última foto noturna de nosso querido paddock. Nunca mais um GP de F-1 em Interlagos será realizado nessas instalações, da maneira como elas estão hoje. Ainda tem a prova do WEC no fim do mês, mas o fato é que a despedida foi ontem, por toda a tradição que o autódromo tem. Desde 1990, quando a categoria voltou a São Paulo, é nesse espaço que equipes, jornalistas, convidados e bicões em geral convivem. É uma zona, mas todo mundo adora. Vou sentir falta. Saudoso paddock.