Blog do Flavio Gomes
DKW & cia.

PRÊMIO PARA A MISS

SÃO PAULO (merecido, eu diria…) – O Clássicos do Brasil, organizado pelo Zé Ricardo, pelo Fábio Pagotto & companhia bela, foi um baita sucesso. Não tenho números, mas calculo que pelo menos 200 carros estiveram expostos na Hípica de Santo Amaro. E alguns que nunca haviam saído da toca antes apareceram gloriosamente. Falo do Monarca, […]

SÃO PAULO (merecido, eu diria…) – O Clássicos do Brasil, organizado pelo Zé Ricardo, pelo Fábio Pagotto & companhia bela, foi um baita sucesso. Não tenho números, mas calculo que pelo menos 200 carros estiveram expostos na Hípica de Santo Amaro. E alguns que nunca haviam saído da toca antes apareceram gloriosamente. Falo do Monarca, restaurado pelo Ricardo Oppi de maneira esplêndida, de duas carrocerias de Moldex (um sedã feito sobre mecânica DKW), de um Candango com câmbio na coluna original do Salão de 1961, do Brasília (que não é a perua, é um esportivo do qual se sabe muito pouco), da limusine Itamaraty chassi 0001 (que pertencia ao Tribunal de Justiça do Paraná), de uma excepcional coleção de Mavericks, de raridades como os populares Renault Teimoso e Fusca Pé-de-Boi do Paulo José Meyer, de três carros do acervo da Fiat, de dois Passat Dacon, de lindas Kombis, Dodges, Simcas… Alguns carros do acervo do querido Fábio Steinbruch também foram expostos, como um Dodge 1800 SE, uma Kombi de seis portas, vários JK e o Uirapuru conversível — só se sabe da existência dele, branco com capota de lona vinho, uma coisa maravilhosa.

Faltou algo? Sim, sempre se sente a ausência de um ou outro. Modelos da Gurgel, por exemplo. MP Lafer. Emme Lotus. Avallone. Miúra. O que não falta no Brasil é carro. Mas a presença desses modelos depende dos colecionadores, basicamente. Ano que vem, certeza que será ainda melhor. Porque foi a exposição multimarca mais bacana que vi na vida, teve muita repercussão e todo mundo vai querer estar na Hípica no aniversário da cidade em 2016. Eu mesmo já vou me programar para levar a frota toda de DKW. Desta vez, foi só uma, a Miss Universe.

Que ganhou até prêmio, inclusive, na categoria que contemplava carros entre 1956 e 1960. Aqui vale uma explicação. A indústria nacional, oficialmente, começou quando o governo de Juscelino deu à Vemag a primeira autorização do GEIA — Grupo Executivo da Indústria Automobilística — para fabricar automóveis. A primeira peruinha DKW Universal, chamada genericamente de “camioneta DKW”, deixou a linha de montagem da fábrica do Ipiranga em 19 de novembro de 1956.

A minha foi a décima montada, tendo sido concluída no dia 26 de novembro daquele ano. É, portanto, o carro nacional mais antigo de que se tem notícia. Existem outras três peruinhas 1956 vivas — uma em Canela (RS), outra no interior de São Paulo e mais uma sendo restaurada na capital. Nenhuma delas, pelos números de chassi, é anterior à Miss Universe.

Sendo assim, por ser o carro mais velhinho dos expostos, e pela importância do modelo, o primeiro nacional, a azulzinha ganhou uma salva de alumínio muito bonita, que foi recebida pelo Paulo José — já que eu estava passeando de Lambretta na hora. Os outros premiados estão aqui.

No fim da tarde fui buscar a mocinha. Estava toda metida a besta, porque miss é assim mesmo. Voltou rodando para casa, sem maiores problemas. Agora vai descansar uns dias, que ela merece.