Mas, frio e calculista, Giedo deixou para disparar seus torpedos na semana da primeira corrida da temporada. Foi aos tribunais australianos e ganhou a parada agora há pouco — já estamos na manhã de quarta “down under”.
Resultado: ele tem direito de sentar num dos C34 da Sauber para disputar o GP da Austrália. A equipe, obviamente, quer ver o capeta, mas não o piloto. E se ele realmente correr, quem sai? Felipe ou Marcus? “Não é problema meu”, disse Van der Garde do alto de sua arrogância de vencedor.
Mas é problema da Sauber. Nasr tem o Banco do Brasil, é praticamente “title sponsor” da equipe e um piloto melhor que Ericsson. Este, por sua vez, depositou suas coroas suecas na conta bancária do time e vai ficar muito chateado se for preterido — a ponto de pegar suas coroas de volta.
A situação é complicadíssima. Como colocar esse moço no carro? Não tem banco, nunca andou nele, a Sauber diz que é até arriscado por considerá-lo “despreparado” para disputar a corrida. Mas se a Justiça mantiver a decisão, se não houver tempo para julgar um eventual recurso, se o moleque resolver bater o pé, o que fazer?
Não vou julgar aqui o direito de Van der Garde de correr. Provavelmente ele tem, ninguém entra numa briga dessas se não estiver bem calçado com papéis lindamente assinados com firma reconhecida. Pelo andar da carruagem, a Sauber assinou e deu um passa-moleque nele quando apareceram dois endinheirados para ocupar as vagas.
Por outro lado, como é que será o clima dele na equipe caso venha mesmo a correr? Como serão seus pit stops? E se acontecer algum acidente por problema, sei lá, de montagem do freio? Será que Giedo tomou a decisão certa de processar a equipe pela vaga, em vez de pedir uma gorda indenização?
Victor Martins tinha cantado a bola ontem. Ia dar merda.
Deu.