SÃO PAULO (importantíssimo) – É pena que no seu aniversário de 75 anos Interlagos esteja fechado. Quem me lembrou da data foi o Mr. Efeméride Fernando Mello.
O autódromo foi inaugurado em 12 de maio de 1940 (veja o vídeo acima, que espetáculo). Originalmente, os planos do engenheiro britânico Louis Romero Sanson eram mais ambiciosos do que fazer uma pista de corrida. Ele queria fazer um bairro planejado entre as represas de Guarapiranga e Billings. Tinha hotel, condomínio, centros de lazer, praia artificial e autódromo também. No fim das contas saiu só a pista. Sanson, que projetou também o aeroporto de Congonhas, acabou quebrando e teve de vender a área para a Prefeitura.
Dizem que o nome “Interlagos” veio da semelhança que um urbanista francês também envolvido no projeto encontrou com a região de Interlaken, na Suíça. Como precisa ser muito otimista para encontrar tal semelhança, fico com a versão da cunhada de Sanson Cleide, com quem conversei em 1990 — quando fizemos um caderno especial sobre a temporada que estava para começar na “Folha”; para quem quiser ler, está aqui.
[bannergoogle] De acordo com ela, foi a filha do engenheiro, Jean, que sugeriu o nome “Interlagos”, quando o pai pensava em algo como “Entrelagos”. Aí sim há uma semelhança com Interlaken, um dos destinos turísticos mais populares do pequeno país europeu. No nome, não na geografia — faltam uns Alpes, por exemplo.
Interlagos está sendo reformado para atender às exigências da F-1. As obras serão feitas em duas etapas. No site da Prefeitura, elas estão detalhadas. Pelo que entendi, em 2015 será feita uma nova torre de controle e um novo paddock. Os novos boxes e o prédio que será construído atrás deles ficarão para o ano que vem. A cobertura do paddock, portanto, também será concluída em 2016. O GP deste ano ainda acontecerá numa estrutura incompleta. A boa notícia é que a pista poderá ser liberada pra uso do final de maio até o final de julho. São dois meses em que poderão acontecer corridas se a FASP, a federação paulista, se mexer para viabilizá-las.
O que dizer de nosso templo querido nestes 75 anos?
Que amamos Interlagos, sobretudo. É lá que a história do automobilismo brasileiro começou a ser escrita de verdade, de lá que saíram nossos maiores pilotos, lá que correram os carros que povoam nossos sonhos.
E é lá que me sinto melhor do que em qualquer lugar, quando estou num carro de corrida.