Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

GUERRA À VISTA

SÃO PAULO (olha…) – Audi x Mercedes. A guerra está aberta no DTM, mas vai além daquilo que acontece na pista. Domingo, na Áustria, Timo Scheider, da Audi, deu um toque em Robert Wickens, que acertou Pascal Werhlein. Os dois pilotos da Mercedes foram para a brita e abandonaram. A briga era pela sexta posição. […]

SÃO PAULO (olha…) – Audi x Mercedes. A guerra está aberta no DTM, mas vai além daquilo que acontece na pista. Domingo, na Áustria, Timo Scheider, da Audi, deu um toque em Robert Wickens, que acertou Pascal Werhlein. Os dois pilotos da Mercedes foram para a brita e abandonaram. A briga era pela sexta posição.

Chovia, e tudo poderia ser interpretado com acidente de corrida, embora com possibilidade de punição (e Scheider foi desclassificado, realmente), não fosse um rádio levado ao ar com a voz do chefão da Audi, o lendário Wolfgang Ullrich. Em alemão, ouve-se algo como “tire eles da pista!”, no exato momento em que Scheider toca Wickens e este bate no companheiro, tirando os dois da pista.

Ullrich nega que estivesse falando pelo rádio com seu piloto. “Não falo com eles durante a corrida”, garantiu. “Não sabia que o rádio estava aberto e falei aquilo na adrenalina do momento, mas nunca dando instruções a Timo.”

Parece batom na cueca, mas dou crédito a Ullrich. É um cara respeitável, que tem uma história, especialmente em Le Mans, inatacável. Scheider justificou o toque dizendo que Wickens freou antes do que deveria — e o piloto da Mercedes admitiu que, naquelas condições, isso pode ter acontecido. Werhlein, no entanto, ficou puto dentro das calças e disse que o aconteceu foi muito óbvio. “Se a Audi quer ganhar o campeonato assim, quero apenas dizer que hoje eles começaram uma guerra.”

Mattias Ekström, da Audi, ganhou a prova, a segunda da rodada dupla, tirando a liderança de Pascal, que havia assumido a ponta no sábado.

Como disse, não acho que Ullrich iria dar uma ordem estapafúrdia como essa a um piloto, e também não acho que um piloto, num campeonato de alto nível como o DTM, faria algo assim. Mas, depois de Cingapura/2008, não duvido de nada.