Blog do Flavio Gomes
F-1

LÍNGUA SOLTA

SÃO PAULO (alguém breca esse cara!) – Adoro o estilo de Hamilton. Em quase tudo. Guia pacas, faz tatuagem, pinta o cabelo, se veste do jeito que bem entender, vive a vida, se relaciona com o mundo exterior (existe gente na F-1, jornalistas incluídos, que acha que o planeta vai parar de girar se um dia […]

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SÃO PAULO (alguém breca esse cara!) – Adoro o estilo de Hamilton. Em quase tudo. Guia pacas, faz tatuagem, pinta o cabelo, se veste do jeito que bem entender, vive a vida, se relaciona com o mundo exterior (existe gente na F-1, jornalistas incluídos, que acha que o planeta vai parar de girar se um dia a categoria acabar), tem amigos na música, nas artes, no cinema, em outros esportes, é um cidadão do mundo.

Mas, às vezes, é deselegante. Domingo, questionou a equipe sobre a necessidade de uma segunda parada para trocar pneus. Achava que dava para ir até o fim com o que tinha. OK, é um direito. Acho até que dava. Mas fez isso depois que a Mercedes chamou Rosberg para os boxes. Nico também tinha como plano A fazer apenas um pit stop. Mas a vantagem era tão grande que, por segurança, a equipe resolveu trocar mais uma vez.

[bannergoogle] Se faz com um, tem de fazer com o outro. O time não perguntou a Rosberg se ele queria parar. Mandou parar. O cara na liderança, sossegado, recebe um chamado desses, nem pergunta. Acredita na boa-fé de quem está controlando as coisas no pit-wall. Deduz que o companheiro fará o mesmo.

Aí o outro percebe que ali há uma chance de ganhar a corrida dando uma pedalada no parceiro e nem quer saber por que o chamaram. Fica puto, mas para. Depois, elogia Rosberg e tira uma onda: “Desta vez não teve rajada de vento”. Era uma referência à desculpa que o alemão deu para o erro que lhe tirou a vitória nos EUA. Deselegância número 1.

Não bastasse, segue questionando a ordem de fazer o segundo pit stop e insinua que a Mercedes ajudou Rosberguinho. “A equipe precisava motivá-lo”, falou à BBC. Deselegância número 2. Totalmente desnecessária, como a primeira. E é claro que depois dessa, o clima pesou na equipe. Já se fala até que Niki Lauda deixa o cargo no fim da temporada.

Nico-Nico no Fubá ganhou de Hamilton na pista, foi superior em todos os treinos, fez a pole, não cometeu nenhum erro. Não foi ele que pediu para fazer a segunda troca, foi a Mercedes que avaliou os pneus usados nos dois carros e decidiu que era mais prudente parar de novo. Óbvio que Lewis sabia disso. Mas se é tão macho, por que simplesmente não desobedeceu? Falar pelos cotovelos, mas se comportar como um cordeirinho, é fácil.

Desta vez, Hamilton passou do ponto. E vocês, o que acham?