Blog do Flavio Gomes
F-1

AGONIA SEM FIM

SÃO PAULO (inacreditável) – Willi Weber era sujeito frequente nos autódromos nos anos 90, aquele alemão tipicamente cafona de roupas espalhafatosas, rosto vermelho e cabelos penteados para trás com gomalina. Figura que nunca combinou muito com a elegância metida a besta da F-1, daqueles que a gente vê aos montes em cervejarias não muito requintadas das esquinas de […]

SÃO PAULO (inacreditável) – Willi Weber era sujeito frequente nos autódromos nos anos 90, aquele alemão tipicamente cafona de roupas espalhafatosas, rosto vermelho e cabelos penteados para trás com gomalina. Figura que nunca combinou muito com a elegância metida a besta da F-1, daqueles que a gente vê aos montes em cervejarias não muito requintadas das esquinas de Munique.

[bannergoogle] Só que era o empresário do maior de todos, Michael Schumacher. Viviam grudados, eram amigos desde sempre, e só isso fazia dele alguém respeitabilíssimo no meio.

Mas desde o acidente de esqui nos Alpes Franceses, há mais de dois anos, não vê seu pupilo. Corinna nunca deixou que ele visitasse Michael, hoje em estado desconhecido na mansão da família na Suíça. “Sofro como um cão”, falou.

Weber é mais um que não compreende por que pelo menos as pessoas mais próximas não podem pelo menos ver o cara. OK, ninguém quer que a família monte um álbum de fotos no Facebook, ou crie uma conta no Instagram. Deve-se respeitar a privacidade e a decisão de manter tudo em sigilo.

Acontece que Schumacher tinha amigos, alguns com quem mantinha uma amizade fraternal — como Jean Todt, Luca di Montezemolo, Ross Brawn, Massa e o próprio Weber. Privá-los de um contato, ainda que Michael esteja desacordado e nunca mais volte, me parece uma crueldade com essas pessoas.

Aliás, a possibilidade de que nunca mais volte é algo cada vez mais concreto. Num evento na Alemanha em sua homenagem, Sabine Kehm, sua assessora e atual cão de guarda da residência, deu uma rara declaração sobre o piloto. “Nossa esperança é que ele possa voltar a estar conosco”, falou.

É cada vez mais difícil, pelo jeito.