Blog do Flavio Gomes
F-1

PACIÊNCIA

SÃO PAULO (leva tempo) – Michael Schumacher chegou à Ferrari em 1996. No primeiro ano, brigou com um carro tão ruim que era obrigado a deitar a cabeça nas retas para não bloquear a entrada de ar. Ainda assim, ganhou três corridas e foi ao pódio em metade das provas daquele ano. Já na segunda […]

SÃO PAULO (leva tempo) – Michael Schumacher chegou à Ferrari em 1996. No primeiro ano, brigou com um carro tão ruim que era obrigado a deitar a cabeça nas retas para não bloquear a entrada de ar. Ainda assim, ganhou três corridas e foi ao pódio em metade das provas daquele ano.

Já na segunda temporada, brigou pelo título. Acabou perdendo para Villeneuve na última etapa. Em 1998, foi vice de novo — OK, eu sei que o vice de 1997 foi cassado, mas na real foi vice. Em 1999, se não tivesse quebrado a perna em Silverstone, lutaria pelo título até o fim. Foi só em 2000, no quinto ano de Maranello, que levantou a taça.

[bannergoogle] É preciso ter paciência, na Ferrari. A equipe costuma amargar longos jejuns. Quando Michael foi campeão, em 2000, a fila já era de 21 anos. Quando Berger venceu o GP da Alemanha de 1994, encerrou uma seca de quatro anos. Não é brincadeira.

Alonso cansou, deu murro em ponta de faca por cinco temporadas, desistiu. Agora, é a vez de Vettel. Que anda meio desanimado. Sabe que não tem a menor chance neste ano, como não teve no ano passado — mas, como Schumacher, também venceu três vezes.

A Ferrari foi campeã pela última vez em 2007. Quase repetiu o feito no ano seguinte. Depois, brigou em 2010 e, vá lá, 2012. E nada mais. Como disse, é preciso ter paciência.

Vettel pode ser um novo Schumacher vestindo vermelho. Mas precisa entender que o caminho é longo e tumultuado. As coisas só engrenaram no início do século porque Michael teve ao seu lado figuras como Ross Brawn, Jean Todt e Rory Byrne. A palavra-chave era estabilidade.

É nisso que os homens de Maranello têm de investir. Um grupo sólido, que não pode ser cobrado como se fosse um time de futebol brasileiro. Quanto a Sebastian, não adianta colocar o carro na frente dos bois.

Paciência. É isso que ele precisa.