Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

LUTO NO WEC

SÃO PAULO (não acredito) – O Rodrigo Mattar já tinha antecipado no seu blog que a Audi estava pensando em deixar o WEC no final de 2017. Hoje saiu a decisão. E ela sai. No final de 2016. É uma tragédia, para mim. Como imaginar Le Mans sem as quatro argolas? Que ideia é essa […]

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SÃO PAULO (não acredito) – O Rodrigo Mattar já tinha antecipado no seu blog que a Audi estava pensando em deixar o WEC no final de 2017. Hoje saiu a decisão. E ela sai.

No final de 2016.

É uma tragédia, para mim. Como imaginar Le Mans sem as quatro argolas? Que ideia é essa de abandonar o barco das corridas de longa duração? Vão deixar tudo para Toyota e Porsche?

Como desprezar a história escrita por carros como esse aí em cima?

O foco — detesto a palavra — agora estará na Fórmula E. No DTM, a permanência é mais mercadológica que qualquer outra coisa, por conta das presenças das concorrentes BMW e Mercedes. Com a prioridade para a E, o recado é claro: o negócio agora é carro elétrico. A Alemanha já avisou que daqui a poucos anos nem vai mais permitir a circulação de carros com motores a explosão.

[bannergoogle]OK, aceitável no que diz respeito à Fórmula E — aliás, Di Grassi continua e está todo animadão. Mas inacreditável no que diz respeito ao WEC. Uma história tão vitoriosa em quase duas décadas não pode acabar assim. É um baque e tanto para a categoria. Um baque enorme para a magia de Le Mans.

Foram 18 anos dos quatrargólicos com protótipos LMP1. Nesse período, nada menos do que 13 vitórias em Sarthe. Num total de 185 corridas disputadas, 106 vitórias, 80 poles e 94 voltas mais rápidas. Títulos, foram dois no WEC — embora todos saibam que ser campeão na categoria é menos importante do que vencer em Le Mans. De 2000 a 2008, nove taças consecutivas na ALMS, a American Le Mans Series. É coisa demais.

Imaginava-se que a saída poderia acontecer desde o dia em que a Porsche iniciou seu programa para o WEC. Havia sentido duas marcas do mesmo grupo, a Volkswagen, ficarem se digladiando pelas mesmas coisas? Do ponto de vista corporativo/mercadológico, talvez não. Do ponto de vista esportivo, sem dúvida. Foda-se. Deixa correr.

Mas as coisas acabam, e a vida não é exatamente como a gente gostaria que fosse. Não é a primeira, nem a última marca a deixar as provas de longa duração. A Peugeot, quando foi embora recentemente, também me deixou chocado. Há, no entanto, uma diferença para o passado. Umas saíam, outras entravam. Lamento dizer que a tendência, hoje, é irem saindo todas aos poucos. Até que as corridas desapareçam da face da Terra.

Sim, estou pessimista. Acho que o mundo está acabando.