Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

SENNA, PIQUET, FITTIPALDI…

RIO (a vida, ah, a vida…) – Há 26 anos, um Senna comemorava um título mundial. Era Ayrton, na Fórmula 1. Há 43, um Fittipaldi fazia o mesmo, Emerson. Há 30, um Piquet. Hoje, um Senna conquistou um novo título mundial, na categoria P2 do WEC. É Bruno, sobrinho de Ayrton. Ontem, outro Fittipaldi, Pietro, […]

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RIO (a vida, ah, a vida…) – Há 26 anos, um Senna comemorava um título mundial. Era Ayrton, na Fórmula 1. Há 43, um Fittipaldi fazia o mesmo, Emerson. Há 30, um Piquet.

Hoje, um Senna conquistou um novo título mundial, na categoria P2 do WEC. É Bruno, sobrinho de Ayrton. Ontem, outro Fittipaldi, Pietro, neto de Emerson, ganhou a World Series — vá lá, é um campeonato fraco, mas tem esse caráter mundial até no nome. Há dois anos, foi um Piquet quem levantou a taça numa competição com status mundial, a Fórmula E — Nelsinho, que também corre no WEC e aparece na foto aí em cima depois de mais um pódio na P2 pela mesma equipe de Bruno, a Vaillante Rebellion.

[bannergoogle]E que não se esqueça de um Prost, Nicolas, companheiro de Bruno e Julien Canal no carro da Rebellion, que só não será considerado campeão mundial também porque não disputou uma etapa do campeonato, em Nürburgring, porque estava defendendo a Renault na Fórmula E. Filho de Alain.

Da mesma forma, não nos olvidemos do campeão mundial de F-1 do ano passado, Nico Rosberg, filho de Keke. E de um dos grandes destaques da atualidade, Max Verstappen, filho de Jos. Ou de outros que estão no grid, como Sainz Jr. (filho de Carlos, do rali) e Kevin Magnussen (rebento de Jan).

Filhos, netos, sobrinhos, afilhados, agregados… Não é exatamente uma novidade essa passagem familiar de bastões. São inúmeros os exemplos de descendência direta e indireta no automobilismo, em alguns casos de pilotos muito bem sucedidos, inclusive, como Damon Hill e Jacques Villeneuve — para não falar nas dinastias americanas, famílias como Andretti, Unser, Earnhardt e muitas outras, assim como no Brasil com os Serra, Gomes, e se buscarmos vamos achar muitos etcéteras.

A coincidência é ver os três principais sobrenomes do automobilismo brasileiro conquistando títulos mundiais em tão pouco tempo — nos casos de Bruno e Pietro, no mesmo fim de semana e na mesma pista, no Bahrein. Fittipaldi, Senna e Piquet estão indelevelmente ligados à história do esporte no país por suas conquistas, e suas sagas têm tido seguimento, ainda que aos trancos e barrancos. No caso dos Fittipaldi, já é a terceira geração, que teve em Christian o primeiro sucessor dos irmãos Emerson & Wilsinho.

Não dá para comparar, porém, nenhum dos descendentes aos ancestrais originais, seja no talento, seja nas conquistas. Todos se esforçaram, lutaram, ganharam muitas coisas, perderam outras tantas, mas não conseguiram igualar os feitos dos, digamos, “originais”.

É verdade que há casos, como os de Nico Rosberg e Max Verstappen, em que as crias se saíram muito melhor que seus pais — claros exemplos de evolução da espécie. Em outros, isso não aconteceu nem de longe. Só dá para dizer que Nicolas é filho de Alain, por exemplo, através da observação dos peculiares narizes da família Prost.

Mas é tudo, insisto, normal. Na história do automobilismo mundial, filhotes se espelham nos pais, tios e avós, e alguns tentam seguir seus passos, orgulhosos. Eles não herdam talento, necessariamente, não existe essa história de DNA, mas certamente saem na frente de seus rivais porque o caminho das pedras que irão trilhar é bem conhecido por quem já tropeçou em várias delas.

Ajuda, e muito.