Blog do Flavio Gomes
Fusca & cia.

O ÚLTIMO FUSCA

RIO (que presente…) – Esta é uma das histórias mais lindas sobre um carro que já vi, e não tem como não dividir com vocês. Quem mandou foi o nobre Dom Pedro Von Wartburg, hoje proprietário de um castelo em Viena — apesar disso, deixa seu Trabant na rua; um dia ele não vai mais […]

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RIO (que presente…) – Esta é uma das histórias mais lindas sobre um carro que já vi, e não tem como não dividir com vocês. Quem mandou foi o nobre Dom Pedro Von Wartburg, hoje proprietário de um castelo em Viena — apesar disso, deixa seu Trabant na rua; um dia ele não vai mais encontrá-lo lá e saberá imediatamente onde estará.

Vou resumir bem, porque é preciso mergulhar na leitura do texto postado pelo Alexander Gromow no “AUTOentusiastas” para se deliciar com os detalhes. Trata-se do último Fusca fabricado no Brasil, alguns meses depois de egresso da linha de montagem o último Série Ouro, ou “Itamar” — como ficaram conhecidos os Fuscas que voltaram a ser produzidos nos anos 90 sob o clamor do então presidente Itamar Franco.

Esse carro não era um Série Ouro. Era um Fusca normal, montado por obra e graça do então vice-presidente de Vendas da VW, Miguel Barone — que, por sua vez, atendeu ao pedido de um colega da empresa, cujo sogro, já bem idoso, expressara o desejo de ter um Fusquinha novo.

O fato é que a VW fez um carro avulso, depois de encerrar a produção em série do Fusca, e ele ganhou o número de chassi terminado em 6619. Depois dele, mais nenhum foi feito.

O 6619 foi entregue em agosto de 1996 pela Sabrico ao comprador, que morreu alguns anos depois, e então ele passou por mais dois donos até chegar a André Chun, que hoje mora na Alemanha — e que foi o responsável, de forma obsessiva, por levantar a história toda do carro. O Fusquinha branco faz parte de sua coleção, mantida no Brasil.

É uma descoberta de valor enorme, acima de tudo porque era um episódio desconhecido que só foi revelado graças ao esforço comovente de André para entender o por que da numeração daquele chassi pós-Série Ouro num Fusca “normal”.

O último Fusca brasileiro existe, foi identificado e passa muitíssimo bem.

Merecia um museu só para ele.