Blog do Flavio Gomes
F-1

O PÓDIO

RIO (eu vi) – Do alto desses degraus, 14 títulos vos contemplam. OK que, na época, eram “apenas” seis — três de Prost, três de Senna. A história da única corrida que teve Prost, Senna e Schumacher no pódio está aqui. Foi o GP da Espanha, em Barcelona, disputado exatos 25 anos atrás, no dia […]

RIO (eu vi) – Do alto desses degraus, 14 títulos vos contemplam. OK que, na época, eram “apenas” seis — três de Prost, três de Senna. A história da única corrida que teve Prost, Senna e Schumacher no pódio está aqui. Foi o GP da Espanha, em Barcelona, disputado exatos 25 anos atrás, no dia 9 de maio de 1993.

[bannergoogle]Cobri essa corrida pela “Folha” e relendo meus textos no acervo digital do jornal descobri mais duas curiosidades sobre essa prova. Rubens Barrichello terminou em 12º, e foi a primeira vez que terminou um GP — havia abandonado nos quatro anteriores, naquele que era seu ano de estreia na F-1. E Michael Andretti, companheiro de Senna na McLaren, também conseguiu ver a bandeira quadriculada pela primeira vez, obtendo seus primeiros pontos na categoria com um discreto quinto lugar.

Se alguém se deu o trabalho de abrir as páginas do jornal indicadas aí em cima, notará que a arte de classificação do campeonato está errada — provavelmente esse exemplar que digitalizaram foi do primeiro clichê, aquela edição fechada às pressas para rodar apenas alguns exemplares destinados a cidades distantes; as cagadas eram corrigidas no segundo clichê, uma edição mais bem acabada, que atendia os principais mercados. A pontuação de Senna e Prost, corrida por corrida, está toda atrapalhada. Assim como o nome do GP nessa tabela: está escrito “GP da Europa”. Era comum o pessoal da editoria de Arte aproveitar o “chassi” da corrida anterior e apenas acrescentar os novos dados. Isso não era feito em computador, mas sim com estilete e cola. Esqueceram de trocar “Europa” por “Espanha”. Mas certamente arrumaram no segundo clichê. Nosso secretário gráfico, o Bento, não deixaria passar isso.

Outros tempos.

De qualquer maneira, foram duas páginas dedicadas à corrida, com sete retrancas — ou matérias, como queiram — contando tudo. A gente escrevia muito.  Mas dava muita informação, também. Estavam lá dois textos sobre episódios quentes na época: as discussões sobre a mudança de regulamento para 1994, com McLaren e Williams defendendo o “status quo” e o resto querendo banir a eletrônica, e a provável chegada do então chefe da Peugeot, Jean Todt à Ferrari — que vivia longo jejum de títulos e vitórias.

No texto de abertura, com o relato da corrida, afirmo que finalmente, na quinta prova da temporada, Prost restabeleceu a verdade do campeonato, passando Senna na pontuação: 34 a 32. E atribuía a anomalia da liderança do brasileiro, que tinha um carro muito pior, à chuva em provas anteriores.

Era assim que o povo se informava sobre F-1, pelos jornais. Hoje, jornal está servindo para pouca coisa, infelizmente.