Blog do Flavio Gomes
F-1

BRASIL, 2021

RIO (aqui, meu filho…) – Circula por aí o pré-calendário da temporada 2021 da F-1 com 19 etapas confirmadas e mais quatro que seriam o complemento do desejo da Liberty, de fazer 23 corridas no ano que vem. EUA, México, Brasil e Arábia Saudita seriam as ditas cujas. As provas emergenciais deste ano — Mugello, […]

RIO (aqui, meu filho…) – Circula por aí o pré-calendário da temporada 2021 da F-1 com 19 etapas confirmadas e mais quatro que seriam o complemento do desejo da Liberty, de fazer 23 corridas no ano que vem. EUA, México, Brasil e Arábia Saudita seriam as ditas cujas. As provas emergenciais deste ano — Mugello, Portimão, Turquia e Imola — foram ignoradas para uma eventual recolocação. A pandemia de Covid-19 também não foi levada em consideração. Para a F-1, parece que ela será cancelada por decreto universal no dia 31 de dezembro. Faltou avisar o coronavírus.

É importante dizer que para haver um GP no Brasil na próxima temporada, ele necessariamente terá de ser em Interlagos. E que, se quiser mesmo fazer uma corrida aqui, a Liberty terá de negociar com as autoridades de São Paulo — municipais e, talvez, estaduais, já que o governador andou se metendo na conversa no começo do ano — e com os promotores atuais — Interpub, na pessoa de Tamas Rohonyi. Isso porque, obviamente, não há autódromo no Rio. (É que hoje é preciso dizer o óbvio várias vezes, e mesmo assim o gado muge, rumina, pasta e não compreende.)

A aventura da pista de Deodoro sofreu mais um revés hoje, com a divulgação de um relatório do INEA mostrando, basicamente, que o Estudo de Impacto Ambiental encomendado pelos, hum…, empreendedores é mais furado que queijo suíço. O Grande Prêmio, em excelente apuração jornalística, conta tudo em detalhes aqui.

Isso significa que mesmo se os, hum…, empreendedores conseguirem o dinheiro para levar adiante a ideia de construir um autódromo na aprazível região de Guadalupe às custas da derrubada de uma floresta inteira, os planos terão de ser adiados até que as questões ambientais sejam resolvidas. E tem gente muito valente e corajosa empenhada em não permitir que um crime ambiental dessa monta seja cometido. Isso significa que serão necessários muitos meses para desatar tal nó.

Além do mais, o próprio estudo encomendado pelos, hum…, empreendedores, fala num prazo de construção mínimo de dois anos. Assim, ainda que os, hum…, empreendedores iniciem as obras amanhã, não haveria tempo hábil sequer para realizar uma prova em 2022.

Sendo assim, aguardemos. Essa batalha meio nebulosa está sendo travada longe dos nossos olhos. Mas a gente está tentando clarear as coisas, e mais cedo ou mais tarde decisões terão de ser tomadas.