Blog do Flavio Gomes
F-1

SF21

SÃO PAULO (na hora certa) – A Ferrari apresentou o último dos dez carros de 2021 hoje e dá alguma esperança aos seus torcedores. A equipe usou seus “tokens” (estalecas!) na parte traseira do carro, que tinha deficiências crônicas de construção no ano passado. Suspensão e caixa de câmbio foram redesenhadas. Com isso, conseguiram reduzir […]

SÃO PAULO (na hora certa) – A Ferrari apresentou o último dos dez carros de 2021 hoje e dá alguma esperança aos seus torcedores. A equipe usou seus “tokens” (estalecas!) na parte traseira do carro, que tinha deficiências crônicas de construção no ano passado. Suspensão e caixa de câmbio foram redesenhadas. Com isso, conseguiram reduzir a altura da carenagem. A entrada de ar sobre a cabeça do piloto também foi refeita. E o bico é o que mais me chamou a atenção. Notem que há duas fendas laterais por onde sai o suporte que sustenta a asa dianteira. Desconfio que o caminho que o ar fará pelas entranhas do carro será dos mais interessantes.

Quando digo que os tifosi podem ter esperanças, é numa melhora considerável em relação a 2020. Porque o carro, no ano passado, começou o campeonato de uma forma lamentável. No final da temporada, reagiu e já era um bichinho vermelho bem mais aceitável. E deu para ver, na apresentação da SF21 (S de Scuderia, F de Ferrari, 21 do ano, zero criatividade), que teve gente trabalhando no modelo deste ano. Se vai dar resultado, depois de amanhã a gente começa a conversar — será o primeiro dos três dias da pré-temporada no Bahrein.

Leclerc e Sainz Jr., que talvez eu passe a chamar apenas de Sainz neste ano por questões de tenho preguiça de ficar chamando o cara de “Jr.” o tempo inteiro, formam uma boa dupla. Charlinho é claramente um piloto diferente, com potencial para ser um dos grandes, e o espanhol já tem uma experiência razoável de seis anos em três equipes (Toro Rosso, Renault e McLaren), nas quais sempre mostrou grande capacidade de fazer pontos, sem desperdiçar as chances que as circunstâncias lhe oferecem.

Por dois anos, o monegasco prodígio conviveu com um piloto, Vettel, meio desanimado e contrariado. Chega agora alguém muito motivado por uma oportunidade inesperada na carreira. A Ferrari contratou o substituto de Sebastian a toque de caixa, mesmo sabendo que o alemão sairia no final do ano — até porque foi a equipe que decidiu não renovar. A sensação que tive quando Sainz foi anunciado foi de que Maranello foi pega de surpresa pelo comunicado antecipado de Vettel, isso sim. Mas pode ter sido apenas impressão. Talvez tudo já estivesse acertado e planejado.

Chamou a atenção na pintura da nova Ferrari a adoção do verde para a marca Mission Winnow, da Philip Morris, que ninguém sabe exatamente o que é. Basta entrar no site oficial para entender menos ainda. “What is Mission Winnow? Mission Winnow is an unconventional communications platform to share our journey and create a stage for constructive dialogue”, diz a apresentação do… da… ah, sei lá o que é isso!

Isso aí sempre me pareceu propaganda de cigarro subliminar idealizada, concebida e executada por publicitários illuminati, pertencentes a alguma seita secreta que implanta no cérebro dos telespectadores, internautas e transeuntes chips virtuais.

Seja como for, o verde causa certa estranheza nesse plano satânico. Nova versão mentolada, talvez?