Blog do Flavio Gomes
F-1

ESTORIL, 30

SÃO PAULO (after changes upon changes…) – Esse recorte da “Folha” aí em cima é de 20 de janeiro de 1994. Exatos 30 anos atrás. De contrato assinado com a Williams desde outubro de 1993, Senna faria seu primeiro teste para valer com a Williams, no Estoril. Dia 20 era uma quinta-feira. Na quarta (19), […]

SÃO PAULO (after changes upon changes…) – Esse recorte da “Folha” aí em cima é de 20 de janeiro de 1994. Exatos 30 anos atrás. De contrato assinado com a Williams desde outubro de 1993, Senna faria seu primeiro teste para valer com a Williams, no Estoril. Dia 20 era uma quinta-feira. Na quarta (19), para 412 convidados da Rothmans, ele deu 16 voltas e já saiu reclamando — conto abaixo. Na terça (18) andou de Williams pela primeira vez, quatro voltas, só para fazer vídeos e fotos.

O jornal não queria me mandar para Portugal, então peguei uma passagem com minhas milhas da Varig e fui. Como repórter de F-1, achava que aquela temporada teria de ser relatada em detalhes do começo ao fim. Com a aposentadoria de Prost, Schumacher apenas começando, a Williams voando, muita gente acreditava que Ayrton venceria todas as corridas do ano. Aquilo seria histórico. Para testemunhar a história, só estando lá.

Fui por conta, paguei minhas despesas, descolei um carro emprestado pela VW (um Vento, abalroado por um bebum quando eu estava indo para o aeroporto) e cobri aqueles testes. Depois de algumas voltas, no box da equipe, ele passou por mim e falou: “Puta que pariu, bem na minha vez cagaram no carro”. Na entrevista formal para os quatro ou cinco brasileiros que lá estavam, não repetiu a frase que eu, besta, não coloquei nas minhas matérias — as coisas com Senna eram complicadas, se não estivesse gravado, ele poderia negar que tivesse dito aquilo e me causaria problemas.

Trinta anos hoje. Do início de uma história que teria um fim trágico.