Blog do Flavio Gomes
F-1

HORNER E A FORD

SÃO PAULO (que se vire) – Christian Horner, de acordo com o jornal holandês “De Telegraaf” (que revelou a investigação interna da Red Bull), estaria sendo acusado de enviar mensagens a uma funcionária da equipe que configurariam assédio sexual. Teria oferecido um acordo na casa de 650 mil libras (cerca de R$ 4 milhões) para […]

SÃO PAULO (que se vire) – Christian Horner, de acordo com o jornal holandês “De Telegraaf” (que revelou a investigação interna da Red Bull), estaria sendo acusado de enviar mensagens a uma funcionária da equipe que configurariam assédio sexual. Teria oferecido um acordo na casa de 650 mil libras (cerca de R$ 4 milhões) para encerrar o caso, valor que teria sido rejeitado pela vítima.

Como dá para notar, estou usando os verbos todos no futuro do pretérito — no condicional, se preferirem. Porque se trata de acusação séria ainda não comprovada e, de acordo com o acusado, falsa. O mesmo vale para o suposto acordo. Não duvido das fontes do jornal holandês, mas em certos casos é melhor ser cauteloso. Jamais desqualificar denúncias é outra regra que sigo. Se alguém está acusando, que se investigue.

Antes de demonizar ou beatificar Horner, portanto, prefiro esperar por informações mais precisas. Se o cara tiver sido um escroto, que aguente as consequências. E estou me lixando para o que vai acontecer com sua carreira, com a Red Bull, com Verstappen, Pérez e quem quer que seja. Minha empatia estará sempre ao lado da vítima.

Há, porém, uma consequência esportiva à qual também devemos estar atentos: a associação da equipe com a Ford, que valerá a partir de 2026. Dirigentes da montadora já falaram que, dado o caráter familiar (!) da empresa, estão muito atentos a qualquer desvio que possa ter sido cometido por parceiros. Ah, o puritanismo americano…

De qualquer forma, reforço, me preocupo muito mais com as vítimas desses casos do que com as consequências para aqueles que estão envolvidos, ainda que indiretamente. Pilotos, mecânicos, técnicos, engenheiros, investidores, patrocinadores e executivos em geral que não são culpados de nada saberão se virar. E têm todos os meios para isso.