

ITACARÉ (ligadão) – Fez muito bem a Red Bull em agarrar Sergio Pérez. O cara fez um campeonato excepcional, ganhou sua primeira corrida de forma espetacular, eu arriscaria dizer que, Hamilton à parte, foi o melhor piloto do ano.
É a primeira vez desde 2007, quando contratou Mark Webber, que a equipe abre mão de alguém formado em sua escolinha de base, também conhecida hoje como AlphaTauri — de onde saiu gente boa como Vettel, Ricciardo, Verstappen…
Albon, no entanto, não virou. É cruel, perverso, mas é assim. E quem caminha nessa chuva de energético sabe que uma hora pode se molhar e ficar meio melecado. O problema dos que tiveram de pegar Max pela frente nos últimos anos é que o holandês é bom demais e nem todos se adaptam a um carro construído para seu estilo de pilotagem.
Pérez é macaco velho e saberá lidar com a situação. Vai ser importante para o time, vai fazer pontos de balde, vai ser um segundo piloto com condição de ganhar corrida, também, ou pelo menos de chegar ao pódio com frequência. Além do mais, apesar da cara de mau e de falar muita merda de vez em quando, não há histórico de confusões de Max com companheiros de equipe. Ele faz o dele. E Pérez pode ajudar também no seu desenvolvimento — Verstappinho aparenta que já sabe tudo da vida, mas duvido que consiga fazer uma margarita equilibrada ou um guacamole decente.
Quanto a Albon, não está morto, ainda. Sofre um baque, como já sofreram antes Kvyat e Gasly, por exemplo. Mas se recuperaram — o russo, inclusive, teve mais chances do que o normal e não pode reclamar do destino. Outros, como Alguersuari, Buemi, Félix da Costa, foram fazer outra coisa da vida. Todo mundo que se dispõe a correr pela Red Bull sabe está sujeito a um rodo desses uma hora. Não chega a surpreender. A questão é como reagir. Se entrar em depressão, já era. Se souber esperar alguma chance, que pode aparecer do nada, é um menino que tem qualidades e não deve ser desprezado.