Blog do Flavio Gomes
#96, Superclassic, farnéis

NOS JORNAIS DE FOLHAS

SÃO PAULO (agora, uma pausa) – Muito legal a lembrança do blogueiro Ricardo Forghieri. Em maio, fez 20 anos da minha, digamos, “estréia como piloto” em Interlagos. Eu tinha esquecido… Foi num daqueles eventos de regularidade, e botei o 62 verdinho na pista, sem dó, nem piedade. Isso de manhã. De noite, ele fez um […]

SÃO PAULO (agora, uma pausa) – Muito legal a lembrança do blogueiro Ricardo Forghieri. Em maio, fez 20 anos da minha, digamos, “estréia como piloto” em Interlagos. Eu tinha esquecido… Foi num daqueles eventos de regularidade, e botei o 62 verdinho na pista, sem dó, nem piedade. Isso de manhã. De noite, ele fez um casamento, levando a noiva de um amigo meu à igreja. Que não era bem igreja, porque o amigo, Alejandro, é judeu. Lucila, que casou com ele, católica. E a festa foi mesmo num baita buffet. Ou bufê. Existe bufê? Enfim…

No dia seguinte, eles no avião seguindo para a lua-de-mel, lá estava no jornal a foto do DKW na pista. Ficaram doidos comigo. “Pô, e se você bate o carro, como casamos?” Mas no fim deu tudo certo. Depois disputei uma corrida em setembro, e é essa prova do recorte que o Forghieri me mandou, com o verdinho à frente do Mini de János Wessel, uma batalha épica a 90 km/h… Vocês conseguem identificar o ponto da pista? Era o circuito antigo, ainda, estamos falando de 1988.

O Forghieri diz que essa foto aí no alto foi publicada na saudosa “Gazeta Esportiva”, mas desconfio que é do “Jornal da Tarde”, porque devo tê-la em algum canto em casa e lembro dela, por causa da legenda. Onde saiu, porém, não importa muito. O grande barato é que o blogueiro lembra, não sei como, de coisas como a minha chegada ao autódromo de Vemaguet 1964 — carro que vendi, e me arrependo até o último fio de cabelo. Mas é ele mesmo que conta:

“Vale o registro e lembrança de sua saída dos boxes, após instalar escape direto, em curva, no charuto. E avisou, antes de ligar o motor: ‘Cuidado, afasta um pouco que vai fazer barulho’. Que ronco maravilhoso!! Lembro que você chegou numa Vemaguet 1964, com peças e ferramentas para desmontar os parachoques e o escapamento traseiro, antes da entrada na pista.”

Meu fiel escudeiro era o Salomão, que fazia o trabalho pesado enquanto eu comia sanduíche de pasta de atum que minha mãe mandava num isopor. Já contei isso aqui. Só não imaginava que alguém que esteve lá naquele 7 de setembro de 1988 pudesse se lembrar de tantos detalhes. Incrível.

Semana passada saí no jornal de novo, 20 anos depois. Foi no “Freie Presse” de Zwickau, durante o encontro de DKWs. Não entendi patavina do que está escrito, mas parece que fala algo sobre eu ser o último piloto de DKW em atividade no mundo. Gostei dessa! Fiquei muito famoso na cidade depois da pequena nota na primeira página do jornal, mas como estava acompanhado não pude aproveitar a fama.

Brincadeiras à parte, duas décadas separam a foto do primeiro pasquim dessa última. Duas décadas andando e correndo de DKW. Vai gostar de DKW assim lá longe!