A partir daí, por ter ganho a posição cortando caminho, Hamilton teria de devolver o lugar. Fez isso. O regulamento não diz se o piloto tem de devolver a posição pedindo desculpas, ajoelhando no milho, deixando o adversário abrir dez carros de diferença, ou implorando o perdão diante do altar. Aliás, não diz nada sobre isso. A praxe é apenas devolver a posição para não ser caracterizada uma ultrapassagem irregular. Hamilton devolveu. Ato 2 concluído.
Aí começa o ato 3. Era uma reta, Raikkonen estava acelerando, e Hamilton, assim que o adversário passou, fez o mesmo. A partir do momento em que Kimi retoma a posição, a corrida volta ao normal. Claro que Lewis tinha o carro acelerando e tracionado. Mas Raikkonen também tinha. E defendeu a posição como pôde. Foi o maior barato, um dos mais belos momentos do ano. Hamilton, no entanto, estava mais rápido. Passou na La Source, ainda foi tocado, e seguiu em frente. Fim do ato 3.
Enfim, não vi nada demais. Nem esperteza do primeiro, nem ingenuidade do segundo, nem atitude antidesportiva de qualquer um dos dois. Situação de corrida difícil, mas que foi concluída dentro dos conformes, como diria o outro.
Eu não puniria ninguém.