Blog do Flavio Gomes
F-1

MONZADAS (11)

SÃO PAULO (tem gente que ficou rica hoje…) – Sebastian Vettel escreveu um belo capítulo da história da F-1 hoje ao ganhar o GP da Itália aos 21 anos de idade, dois meses e 11 dias. Ninguém tão novinho assim tinha vencido uma corrida na categoria mais importante do mundo. Quando esse moleque apareceu guiando […]

SÃO PAULO (tem gente que ficou rica hoje…) – Sebastian Vettel escreveu um belo capítulo da história da F-1 hoje ao ganhar o GP da Itália aos 21 anos de idade, dois meses e 11 dias. Ninguém tão novinho assim tinha vencido uma corrida na categoria mais importante do mundo.

Quando esse moleque apareceu guiando às sextas-feiras pela BMW Sauber em 2006, na Turquia, já dava pintas de que era alguém especial. Tinha 19 anos. E saiu fazendo tempos impressionantes. Antes, impressionara na F-BMW em 2004, com 18 vitórias em 20 corridas. Alguém assim não surge toda hora.

Aos 21 anos, dois meses e 11 dias de idade, guiou hoje como se fosse um veterano de equipe grande habituado às dificuldades de uma corrida na chuva no templo de Monza. Mas era apenas um garoto em sua 22ª corrida, e a bordo de um carro da Toro Rosso, que até outro dia era a Minardi. E se é verdade que não é mais uma Minardi, já que o time é mais bem estruturado, tem dinheiro da Red Bull, um bom motor Ferrari e a grife Adrian Newey, também é verdade que está longe, bem longe, de ser um time de ponta.

O que Vettel fez hoje é mais, por exemplo, do que Senna fez na Toleman em 1984 — aquele segundo lugar de Mônaco colocado como uma das maiores façanhas de todos os tempos. É mais do que Alonso fez na Hungria em 2003, quando ganhou sua primeira corrida. É mais do que fez Schumacher ao vencer seu primeiro GP em Spa, em 1992. É mais do que fez Fisichella em Interlagos com a Jordan em 2003, uma vitória confusa e igualmente inesperada.

Vettel ganhou uma prova que teve, ao seu final, as duplas de Ferrari, McLaren, BMW Sauber e Renault na pista. Ganhou de todos sem depender da sorte, de um acidente improvável, de uma barbeiragem alheia. Nada disso. Largou na pole, controlou a corrida e pronto.

A alegria juvenil no pódio veio acompanhada, não sei se vocês notaram, de uma incrível familiaridade com a situação — hino, troféu, champanhe, abraços. É um cara que sabe vencer, se acostumou a isso em outras categorias, e não demorou muito para fazer o mesmo na F-1.

É o maior talento que apareceu nas pistas depois de Schumacher e Alonso, e mais precoce do que os dois. Um garoto que se der a sorte de ter um carro decente na Red Bull, no ano que vem, pode ser candidato até ao título. E não duvidem. Para quem ganhou um GP em Monza com um carrinho da Toro Rosso, ser campeão não é nada tão difícil assim.