Blog do Flavio Gomes
#69

O SÁBADO DO MEIANOV

SÃO PAULO (amanhã tem mais) – Olha, deve ter sido um corridão, a nossa de hoje em Interlagos, penúltima etapa do Paulista. Largamos com 40 no grid (mais que a F-1, a GP2, a Estoque, a GT3, a MotoGP, a Indy, o WTCC e as Mil Milhas; ainda perdemos da Nascar). Eu lá atrás, em […]

SÃO PAULO (amanhã tem mais) – Olha, deve ter sido um corridão, a nossa de hoje em Interlagos, penúltima etapa do Paulista. Largamos com 40 no grid (mais que a F-1, a GP2, a Estoque, a GT3, a MotoGP, a Indy, o WTCC e as Mil Milhas; ainda perdemos da Nascar). Eu lá atrás, em 29º, com o Meianov pronto para o que desse e viesse.

Carrinho interessante e divertido, esse russinho. Andou bem, valente e com firmeza de propósitos. Terminei em 17º na geral, o que deve ser o melhor resultado da minha vida, tirando as provas com o Pac-Man em Londrina. Na Divisão 2, onde estou agora, cheguei em nono entre 14 carros. Não deu troféu, e acho que ainda vai demorar para beliscar um pódio (são os seis primeiros que levam) nessa D2, porque alguns carros são inalcançáveis, como os preparados pelo Della Barba.

Mas isso não tem importância. Legal é competir com alguém, algo que com o #96 já não estava sendo possível. Era um carro que virava, em Interlagos, entre 2min35s (a melhor que consegui em seis anos) e 2min40s. Suas limitações eram claras, em função da baixa potência do motorzinho 1.0 de dois tempos.

Com o Meianov, a brincadeira começou em 2min24s nos treinos para a preliminar das Mil Milhas, veio para 2min21s no mesmo fim de semana e, ontem, 2min20s042 na melhor classificação, no seco. Hoje, na corrida, fiz uma volta em 2min17s654, o que foi uma surpresa até para mim. É bom lembrar que, na quinta, o Nenê Finotti virou em 2min17s980 — e, como já disse, eu estou para o Nenê como o Alex Yoong está para o Michael Schumacher, embora, depois de hoje, talvez eu mereça uma promoção, de Yoong para Bourdais, faltando apenas os óculos, que provavelmente vou ganhar segunda-feira, quando farei uma consulta numa oftalmologista.

A corrida foi muito bacana. Entre os pegas mais legais que me relataram esteve o duelo Marcelo Giordano (Fiat) x Renato Giordano (Corcel) pela D1, que terminou com o Marcelo em primeiro e os carros de ambos meio amarrotados, porque eles andaram se esfregando em algumas curvas. Mas não houve estresse algum entre os Giordanos, felizmente.

O Meianov se comportou dignamente, sem muito estardalhaço, como convém a um operário soviético sabedor de suas obrigações. Nas primeiras voltas, briguei com os Chevettes de Adriano Lubisco e André Mello, que fazem tempos de volta bem parecidos com os do Meianov. Passei, fui passado, trocamos algumas posições, dividimos algumas freadas, e foi ótimo. Depois de umas cinco voltas, porém, os chevetteiros começaram a brigar entre eles e me deram uma folga. Foi quando consegui fazer a tal volta na casa de 2min17s e cheguei em alguns Fuscas.

A partir daí, a briga mais legal foi com o Antonio Mailho, Fusquinha verde #25, e a gente deve ter trocado de posições, também, umas 800 vezes. Um barato. Nas últimas voltas, vindo não sei de onde, quem chegou na gente foi o Fernando Alcoforado, Fusca Speed #0, passou os dois, mas na penúltima volta rodou na minha frente no S antigo. Não sei como não bati. Tive de ir para a área de escape, o Mailho me passou de novo, e toca sair atrás do besouro verde para recuperar a posição. Consegui, na Reta Oposta, e acabei chegando na frente dele.

Tive também uma briguinha divertida, antes, com o Puma do estreante Marcelo Chamma, que já levou um pódio com o sexto lugar na D3. E, voltando um pouco na cronologia dos fatos, preciso falar da largada. Sei lá por quê, atrás de minha tinha um enxame de Fuscas — a maioria, normalmente, estaria na frente, mas nem todos participaram da classificação. Quando vi aqueles “insetos” todos no espelho, me senti numa prova da Divisão 3 nos anos 70. E eles desceram a reta na largada voando de um lado para o outro, a coisa mais linda. Fusca é um barato.

Ganhou a corrida, na geral, o Ricardo Malanga, com o Sebastião Gulla em segundo, ambos de Puma, ambos D3. Na D2, Cesar Carloni foi o primeiro, também de Puma. Aliás, eram Pumas os seis primeiros na geral, amplo domínio do esportivo da VW, seja com motor a ar, seja com AP.

Depois da corrida, a blogaiada foi ao Salão Williams para bater papo com Bird Clemente, alguns compraram seu livro, ele deu autógrafos, tirou fotos e acabou sendo um ótimo sábado.

O Meianov ainda carece de alguns ajustes. Hoje, andando um pouco mais forte, deu para notar que ele sai muito de frente nas curvas de baixa como na sequência S-Pinheirinho-Bico de Pato. Também tive um probleminha nas últimas quatro voltas com o motor falhando no Mergulho. Achei que era o pescador de novo, mas descobrimos que tinha uma sujeirinha no carburador.

Amanhã voltamos à luta, de novo às 11h. Largo ainda mais atrás, em 31º. Mas deu para ver que o carrinho tem potencial para crescer. Foi apenas sua segunda corrida. Aos poucos, e com os gordos investimentos em rublos que estão para chegar, a coisa vai.

Para quem quiser sentir o gostinho, o Antonio Contreras já subiu para o YouTube um breve vídeo com momentos da prova. É só clicar nele, aí embaixo.