O que aconteceu?, perguntei, e a resposta veio de bate-pronto. “Foi o seguro.” Gola, muito falante, e por isso vou resumir, contou que a apólice do carro de Massa é muito ruim, a Ferrari fez com uma seguradora daquelas baratas, que jogam a franquia lá em cima para compensar e, pior, não tem assistência 24 horas. O serviço de guincho é terceirizado e a firma que faz vistoria, idem.
Aí Felipe foi tocado pela roda traseira de Raikkonen na largada, e começaram os problemas. Até que o menino das vistoria chegou rápido, porque na hora telefonaram para ele, e é motoboy, sabe como é. Quando Massa parou nos boxes, já estava pronto com o formulário nas mãos. “Mas não queria fazer a vistoria se o outro carro não estivesse lá também, para configurar o sinistro”, relatou Gola. “E ficou perguntando quem bateu atrás, porque quem bateu atrás é sempre o culpado.”
Isso tudo, certamente, atrasou o pit stop de Felipe, que aguardava dentro do carro tentando, do seu próprio celular, falar com o SAC da Acer, porque queria conectar-se à internet com seu lap top para saber como estava a corrida, mas recebia mensagem de erro.
Quando o rapaz da vistoria finalmente liberou o carro sinistrado (mas pediu para que a equipe guardasse a asa quebrada e tirasse uma foto do outro carro envolvido na batida), Felipe já estava um pouco atrás na prova. Na 36ª volta, levou um passão do líder Button, o que motivou um olhar 43 de Luca, o presidente, para Domenicali, já de volta ao pit-wall depois de medicado com calmantes. Domenicali não gostou do olhar 43 e parece que ergueu a voz com Luca, o presidente, “tá olhando o quê?, e daí?, ele vai parar no box ainda e o Felipe recupera essa volta”, e de fato Button parou logo depois, mas pelo que vi na classificação final da corrida, o brasileiro acabou mesmo uma volta atrás.
O Kimi estava meio alterado, segundo Gola Profonda. Mas tudo há de melhorar em Barcelona.