Blog do Flavio Gomes
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CARRO DA FIRMA (8)

SÃO PAULO (fome, menos) – Nossa minissérie está perigosamente se desviando para a gastronomia popular. Foi só falar de salgadinhos e refrigerantes, que a blogaiada resolveu lembrar com afinco daqueles tempos em que não precisávamos ter medo de comer, nem de beber nada. Não havia colesterol, nem obesidade. No máximo, as delícias que hoje viraram […]

genealvespacarSÃO PAULO (fome, menos) – Nossa minissérie está perigosamente se desviando para a gastronomia popular. Foi só falar de salgadinhos e refrigerantes, que a blogaiada resolveu lembrar com afinco daqueles tempos em que não precisávamos ter medo de comer, nem de beber nada. Não havia colesterol, nem obesidade. No máximo, as delícias que hoje viraram inimigas mortais da espécie humana produziam garotos gordinhos. E nem era meu caso, magro como um pau-de-sebo… 

Bem, mas já que é assim, que tal este clássico enviado pelo Mário Mesquita? É o Vespacar da Geneal, a mais carioca das redes de carrinhos de cachorro-quente, dominante nas praias da Zona Sul nas décadas de 60 e 70 do século passado.

Morei no Rio nessa época, e não lembro muito dos Vespacars, mas sim das carrocinhas espalhadas pelo calçadão, e dos vendedores ambulantes no Maracanã.

A Geneal sumiu por uns anos e voltou em 1999, mas parece que apenas com lojas em shoppings. Não sei se o sabor do lanche é o mesmo. Os cariocas podem nos contar. Na minha memória afetiva, não era propriamente um sanduíche inesquecível. A salsicha era pálida e o pão muito macio, é do que me recordo. Um sanduba honesto, nada mais do que isso.

Legal mesmo era ver os carrinhos sempre na praia, infalíveis. Eles transmitiam uma inegável sensação de segurança a um menino de oito anos como eu. Sempre que via um Geneal, tinha certeza de que a qualquer momento, mesmo se o mundo estivesse prestes a acabar, haveria um hot-dog para segurar a onda até o dia do Juízo Final. Com mostarda, e sem catchup.