Blog do Flavio Gomes
Colunas Warm Up

SEGUNDO ESCALÃO

GUARUJÁ (amanhã, fim) – A coluna Warm Up de hoje está no ar, e o tema principal é o “baixo-clero” de 2010, as equipes pequenas que estreiam sob uma nuvem de incertezas. Mas o texto tem também uma notinha de perplexidade com o tom adotado por dois dos maiores jornais do país sobre declarações de […]

GUARUJÁ (amanhã, fim) – A coluna Warm Up de hoje está no ar, e o tema principal é o “baixo-clero” de 2010, as equipes pequenas que estreiam sob uma nuvem de incertezas. Mas o texto tem também uma notinha de perplexidade com o tom adotado por dois dos maiores jornais do país sobre declarações de Alonso em Madonna di Campiglio e uma “já decidida” posição da Ferrari sobre quem será o primeiro piloto em 2010.

Resumidamente, é o que diz o “Estadão” em sua edição de ontem — que Alonso “já é” o primeiro piloto de Maranello. Baseado no quê, não sei. Impressões? É fraco.

Hoje, sexta, a “Folha” avança perigosamente quando afirma que Alonso, numa coletiva, “ignorou” Massa e o “tirou do páreo” ao falar sobre favoritismo nesta temporada. Na verdade, e é o que diz o texto “fôlhico”, Alonso falou que “teremos um Mundial difícil”, ou algo do gênero, e que os adversários serão Hamilton, Button, Schumacher e a Red Bull.

Claro que ele falou sobre os adversários da Ferrari, a equipe como um todo. Não dele, Alonso, o indivíduo. O espanhol não ignorou o companheiro e não o tirou do páreo. Isso não é nem forçar a barra, é mentir. E é assim que se constroi um clima que não existe. Como se vê, não é apenas o histrionismo global o responsável pela lavagem cerebral que se tenta impor ao público que consome informação sobre F-1  no Brasil. Tal construção passa, também, pelo tom bajulatório que parte da mídia adota para ficar de bem com “seus” pilotos.

Ah, e antes que me acusem de falta de ética por criticar colegas, vou deixando bem claro… Tudo que considero relevante, sobre qualquer assunto, comento. Acho relevante, sim, dois jornais como “Folha” e “Estado” assumirem posições tão fantasiosas numa pré-temporada de F-1 que se antevê ótima, misturando fatos com opiniões, interpretando declarações ao seu bel-prazer. Isso é mau jornalismo, e me sinto muito à vontade para criticar, porque também estou sujeito a críticas quando opino sobre o que quer que seja. Há tempos deixei de lado o corporativismo besta que permeia minha profissão. Não cito nomes, procuro despersonalizar a esculhambação geral, mas como leitor e consumidor de informação, acho que tenho direito de apontar o dedo e dizer: querem enganar a quem, zebedeus?

“Ah, mas eles estão lá e você não”, dirá alguém. Verdade. Já estive várias vezes, não só lá, não só nas corridas e em Madonna, assim como nas redações e no comando de editorias. Sei bem como funciona a F-1 e sei bem como funciona um jornal. É só ler os originais dessas matérias “escandalosas” para comprovar que elas se contradizem sozinhas. Nada sustenta as teses que defendem. Não gosto de pagar para ler isso. No caso da “Folha”, é o que faço — não assino o “Estadão”. Pago para ler falácias. E, depois, neguinho vem aqui discutir preferências numa equipe e caráter de pilotos com base nessas bobagens que lê.

Assim, como ombudsman universal, faço minha parte. Quem não gostar, que não goste. Paciência.