SÃO PAULO (alguém desliga o forno?) – Eric Boullier deu nova entrevista hoje e praticamente descartou Bruno Senna para o lugar de Kubica nesta temporada. O chefe da [Lotus] Renault deixou claro que a equipe precisa de um piloto experiente para lidar com as novidades deste ano, desenvolver o carro, otimizar seu potencial, somar pontos. Bruno está fora, e o que se anunciava como um duelo entre ele e Heidfeld em Jerez não será disputa nenhuma. Boullier falou que se Heidfeld não causar boa impressão, o time vai experimentar Liuzzi e De la Rosa em Barcelona. Colocar um novato no cockpit é hipótese não considerada. Nick, portanto, só precisa andar com calma e não fazer besteiras. Como já testou os pneus Pirelli, é rápido e constante, não terá grandes dificuldades.
Aliás, faça-se justiça, ninguém anunciou duelo algum. Parte da imprensa, equivocadamente, interpretou assim. Especialmente no Brasil. Eu, inclusive, alardeei ontem um confronto direto, e tal. Foi um julgamento dos mais ingênuos. É óbvio que a decisão mais sensata é colocar um piloto com alguma rodagem. A não ser que se tenha, no banco de reservas, algum gênio esperando para explodir, o que está longe de ser o caso de qualquer um do quinteto disponível.
Bruno seguirá sendo reserva. A não ser que no seu dia de testes consiga resultados extraordinários que levem a [Lotus] Renault a pensar no assunto. Mas é bem difícil de isso acontecer. Não porque ele seja mau piloto, isso ninguém sabe avaliar. Mas é que são cada vez mais raros os contos de fada nos dias de hoje, ainda mais num ambiente de competição cheio de detalhes tão sutis quanto a F-1.
Ninguém precisa ficar revoltado, não são cartas marcadas, ninguém está sacaneando Senna, o Brasil, as palmeiras e os sabiás. É uma decisão da equipe, e ela deve ser respeitada. Além do mais, decisão que faz todo sentido.