Blog do Flavio Gomes
DKW & cia.

QUATRO ARGOLAS

SÃO PAULO (mais fotos!) – Os blogueiros mais atentos devem ter percebido que desapareci na sexta-feira passada. Foi por uma ótima causa. A Audi, mui gentilmente, me convidou para participar do Audi Driving Experience. Eles convidam alguns clientes potenciais para conhecer alguns carros numa pista de corrida, com pilotos como instrutores. Foi lá naquele autódromo […]

SÃO PAULO (mais fotos!) – Os blogueiros mais atentos devem ter percebido que desapareci na sexta-feira passada. Foi por uma ótima causa. A Audi, mui gentilmente, me convidou para participar do Audi Driving Experience. Eles convidam alguns clientes potenciais para conhecer alguns carros numa pista de corrida, com pilotos como instrutores. Foi lá naquele autódromo do Alcides Diniz, na Fazenda Capuava, em Indaiatuba.

Eu não conhecia o local, que é de deixar qualquer um de queixo caído. Foram 16 convidados e dois jornalistas, eu e a Andrea Bueno, da revista “VIP”. Os pilotos formam um time de respeito: Maurizio Sala, Sérgio Jimenez, André Nicastro e Betinho Gresse. A gente passou o dia fazendo… exercícios! Isso aí, exercícios. Primeiro, de frenagem; depois, de traçado; depois, de andar no molhado; por fim, slalom. Isso tudo antes do almoço. De tarde, demos várias voltas com vários carros pela pista, tudo com os pilotos orientando, o maior barato.

O problema é que os carros são bons demais. Andamos de TTS, RS5 e R8. É importante andar com esses carros ao lado de gente que conhece, porque eles nos ensinam como usar os recursos eletrônicos infinitos que hoje equipam automóveis top de linha. A lista é enorme, e é inacreditável como funcionam. Digo isso porque raramente tenho a chance de guiar carros novos. O meu mais novo é 1997 e não tem lá muita eletrônica embarcada. Para se ter uma ideia, ele ainda tem toca-fitas… Mas gosto dele, é meu desde sempre e comigo irá para o túmulo.

Fiquei besta com todos eles. E o prazer de andar rápido numa pista com essas máquinas é daquelas coisas que não adianta muito descrever. Precisa sentir. O TTS é um brinquedinho maravilhoso. Pequeno, compacto, esperto, lindo. Um kart. O RS5 já é um brinquedo de gente grande. E o R8 é um monstrengo que dá até medo, com seu V10 central e suas cinco centenas de cavalos de potência, mais uns trocos.

Legal, também, a presença do Paulo Kakinoff, presidente da Audi, que foi ver de perto a atividade. Atencioso, disponível, gentil, mostrou que tem uma relação muito especial com a marca que representa. Conhece a história, preocupa-se com a memória, demonstra um enorme respeito por aqueles que compram seus carros. Sua participação não é protocolar. Ajuda a prender capacetes, tira fotos, bate papo, se interessa por aquilo que os convidados têm a dizer. Tive uma ótima impressão dele, um jovem de 36 anos que fez carreira na VW, onde começou como estagiário. A marca está em boas mãos, por aqui.

Foi um dia agradabilíssimo. Não só pelo prazer de guiar carros excepcionais, mas também pelas risadas com o Salinha e com os meninos. Claro que a intenção final é vender carros, mas não há nada de mal em vender carros quando se procura convencer o comprador apresentando a ele um… carro! Eu mesmo já andei espinafrando a Audi aqui, por causa de algumas estratégias que considero meio bobas, como a história de espalhar para o mundo que o Luciano Huck comprou um. Jamais compraria um Audi porque o Luciano Huck tem um; mas compraria, claro, depois de dirigir alguns de seus modelos e de conhecer de perto tudo aquilo que eles oferecem.

No meu caso, durango kid de carteirinha, claro que não faço parte de nenhum grupo de potenciais compradores de Audi. São caros para minhas parcas finanças e receio que jamais terei novamente um zero quilômetro. Mas isso não me incomoda. Gosto de carros e gosto de marcas que se preocupam com seus proprietários. Admiro a história das quatro argolas, todos sabem que tenho uma ligação forte com DKWs, sou apaixonado por eles, e no fundo cada DKW que resta na minha garagem tem sua ligação com aquilo em que a Audi se transformou.

Mas, voltando ao evento da Capuava, foi demais. Os quatro pilotos deram um show de capacidade, paciência e atenção, explicaram tudo, ensinaram muito. No fim do dia, ainda ganhamos um diploma! E um macacão, um capacete, um par de sapatilhas e outro de luvas. Igual ao uniforme do time nas 24 Horas de Le Mans. Legal à beça. Na foto aí em cima, tirada já no fim da tarde de um dia lindo, sou o primeiro de boné à esquerda. Esse R8 aí é o que a gente dirigiu. Uma coisa de doido.

Valeu muito e agradeço publicamente aos meus amigos da Audi pela graça alcançada. Alguém, já que sempre tem gente mal-humorada aparecendo por aqui, há de dizer que o escriba reclamão aqui aproveitou o “jabá” (vem de “jabaculê”, o significado está aqui, e o termo é muito usado em jornalismo e música) e coisa e tal. Antes que me encham a paciência, informo: não conheço ninguém, absolutamente ninguém, na indústria automobilística. Não tenho negócios, não escrevo em revistas de carros, não participo de lançamentos, não sou convidado para nada. Só na Audi. E na Audi a diferença é que tenho amigos, não conhecidos. Aqui e na Alemanha. Gente com quem tive contato graças aos meus… DKWs. É história antiga, que tem a ver com o #96, com a Vemag, com o museu de Ingolstadt e um monte de outras coisas.

A parte mais significativa da minha história com automóveis passa pelas quatro argolas, em resumo. Por isso, fiquei honrado com o convite e aproveitei cada segundo.

Não tirei fotos, mas um monte de gente tirou, e fizeram alguns vídeos, também. Quando chegarem, pingo aqui.