Blog do Flavio Gomes
F-1

FUTURO INCERTO

SÃO PAULO (pode se mexer) – A Williams anunciou hoje que o austríaco Toto Wolff vai assumir uma função de diretor-executivo em Grove. A notícia poderia passar despercebida, e não teria maior importância, não fosse Wolff, entre outras coisas, gestor da carreira de Valtteri Bottas. Wolff, 40 anos, foi piloto. Hoje, atua no mercado financeiro, […]

SÃO PAULO (pode se mexer) – A Williams anunciou hoje que o austríaco Toto Wolff vai assumir uma função de diretor-executivo em Grove. A notícia poderia passar despercebida, e não teria maior importância, não fosse Wolff, entre outras coisas, gestor da carreira de Valtteri Bottas.

Wolff, 40 anos, foi piloto. Hoje, atua no mercado financeiro, investe em empresas de tecnologia, é um jovem milionário e, desde 2009, tem 16% das ações da Williams. Ou seja: faz xixi de porta aberta na fábrica.

Bottas tem patrocínio pessoal do conglomerado finlandês Wihuri, que emprega 5 mil pessoas e no ano passado faturou 1,7 bilhão de euros. Desde 2010 é vinculado à Williams e, neste ano, tem feito os primeiros treinos livres de sexta-feira com o carro de Bruno Senna. Recebe, todas as semanas, muitos elogios públicos de seus chefes. Ao final da temporada, terá no currículo pelo menos uma hora e meia de prática num F-1 em todos os circuitos que fazem parte do calendário.

Maldonado, o primeiro piloto do time, tem patrocínio da PDVSA, que no ano passado despejou na conta da Williams nada menos do que 29,4 milhões de libras, o que dá pouco mais de 45 milhões de dólares. Para quem duvida, o recibo está aqui. Pastor pode murchar os pneus da cadeira de rodas de Frank Williams que não será demitido. De quebra, ainda ganha corrida, como fez em Barcelona. O time, com o venezuelano, está no lucro. Ele só sai para suceder Chávez na presidência de seu país.

Diante deste quadro, alguém duvida que Bottas será titular no ano que vem?

Por isso, Bruno Senna precisa começar a se preocupar com o futuro. O brasileiro não tem sido um bom piloto em seu terceiro ano de F-1. Teve alguns brilharecos no ano passado com a Renault, agora Lotus, e nesta temporada fez corridas boas na Malásia e na China. Em classificações, tem sido batido com frequência por Maldonado — o placar é de 8 a 2, salvo engano. A seguir nesse ritmo, dispensá-lo no final do ano não será tarefa difícil para a Williams.

Cabe ao primeiro-sobrinho, na segunda metade do campeonato, fazer com que, pelo menos, uma dispensa pareça injusta. Isso ele só vai conseguir com bons resultados. Algo que, eventualmente, pode lhe abrir algumas portas para 2013. Caso contrário, a substituição pelo finlandês será recebida com a maior naturalidade do mundo.