Blog do Flavio Gomes
F-1

MASSA E A WILLIAMS

SÃO PAULO (cqd) – A Williams acaba de anunciar oficialmente a dupla de pilotos para 2014: Felipe Massa e Valteri Bottas. Sorry, periferia. Sorry porque foi no dia 23 de outubro, portanto 20 dias atrás, que o Américo Teixeira Jr. deu a informação em primeira mão em seu blog, e o Grande Prêmio, como parceiro […]

208321_362399_felipe_4SÃO PAULO (cqd) – A Williams acaba de anunciar oficialmente a dupla de pilotos para 2014: Felipe Massa e Valteri Bottas.

Sorry, periferia.

Sorry porque foi no dia 23 de outubro, portanto 20 dias atrás, que o Américo Teixeira Jr. deu a informação em primeira mão em seu blog, e o Grande Prêmio, como parceiro do jornalista, bancou a informação publicando-a em manchete.

Que foi solenemente ignorada pela mídia tradicional e carcomida. E bombardeada por alguns leitores-malas que frequentam nossos espaços para encher o saco de quem trabalha para trazer informação correta e bem apurada. Que só acreditam nas coisas quando a TV Globo informa. Um porre isso.

Mas, evidentemente, menos importante no que diz respeito ao fato em si. Foi só um pequeno desagravo ao Américo, jornalista sério, correto, honesto e bem-informado. Acho uma afronta a negação do talento, do esforço, da persistência por parte dos veículos daquilo que a gente chama de “velha imprensa” quando são “furados”, como se diz no jargão. Cheguei a ler que alguém disse que a contratação de Felipe pela Williams era “fantasia”.

OK. Mas vamos em frente.

Na ocasião da notícia publicada pelo Américo, falamos rapidamente sobre o que poderia representar a ida de Massa para uma equipe que há anos patina na decadência. A Lotus seria melhor? Possivelmente, embora o time viva uma era de incertezas. Maldonado vai acabar sendo anunciado lá, com a PDVSA no bolso. A empresa venezuelana deve ter acertado uma boa compensação para a Williams, por romper seu contrato de cinco anos. Ainda restavam dois. Essa grana paga os salários do brasileiro.

E o que será a Williams no ano que vem?

Ninguém sabe. Terá motores Mercedes. Mas teve Renault nos últimos anos, o motor campeão do mundo, e nem por isso se reencontrou com sua história vitoriosa — o ponto fora da curva foi a extraordinária vitória de Maldonado em Barcelona no ano passado.

Motores serão, no entanto, mais importantes em 2014 com a estreia dos turbo 1.6. Terão de consumir menos e funcionar bem com dois sistemas de recuperação de energia. Pode ser que uma marca seja melhor que a outra. Mas é impossível chutar, agora.

Para Felipe, é uma sobrevida bem-vinda para um piloto que desde o acidente de 2009 não se reencontrou mais. Alonso pode ter sido a maior pedra em seu sapato, por ser um piloto melhor que concentra as atenções em qualquer equipe, mas me parece que a longa relação com a Ferrari, de 12 anos (desde 2001, quando foi contratado e emprestado à Sauber), sofreu desgastes naturais.

Boa sorte ao Felipe. É um recomeço aos 32 anos de idade, e nem todo mundo tem a chance de recomeçar, em qualquer esporte, a essa altura da vida e da carreira.