Blog do Flavio Gomes
F-1

ISSO É HORA?

SÃO PAULO (ferrando redações) – A Williams e o Banco do Brasil acabam de divulgar acordo de patrocínio e a contratação de Felipe Nasr como piloto reserva. Foi o anúncio em horário mais esquisito da história da F-1. O BB publicou a imagem acima em sua página no Facebook. Valores e tempo de contrato não […]

bbnasrSÃO PAULO (ferrando redações)A Williams e o Banco do Brasil acabam de divulgar acordo de patrocínio e a contratação de Felipe Nasr como piloto reserva. Foi o anúncio em horário mais esquisito da história da F-1. O BB publicou a imagem acima em sua página no Facebook. Valores e tempo de contrato não foram revelados. A marca do banco vai aparecer no fardamento dos integrantes da Williams e na carenagem do motor.

Nasr vai participar de cinco treinos livres em finais de semana de GP e também de três testes. Além de comparecer a todas as corridas. Nas declarações oficiais, Felipe diz que não vê a hora de sentar no carro pela primeira vez no Bahrein. Mas não ficou claro se será nos testes da semana que vem, ou no primeiro treino livre do GP das arábias.

Com Massa, Nasr, Banco do Brasil e Petrobras, a Williams se torna uma equipe quase brasileira na categoria. “Ah, é dinheiro público!” Bem, é dinheiro de empresas estatais que concorrem no mercado com empresas privadas. BB e Petrobras também anunciam na Globo, no SBT, na Record, nos jornais e nas revistas. E ninguém reclama. Têm concorrentes pesados, como Itaú, Bradesco, Santander, Shell e Postos São Paulo. Não vejo mal nenhum nisso. Nasr tem boas relações com o BB e se valeu delas. A Petrobras usou muito a F-1 para desenvolver tecnologia nos anos em que lá esteve e a categoria é um grande laboratório. Ambas as empresas têm acionistas, e são eles que devem gostar ou desgostar desses patrocínios.

Claro que a patrulha chiliquenta vai aparecer aqui para gritar que “com esse dinheiro dava para fazer x hospitais”, e é por isso que faço tais observações. Lembrando, igualmente, que muita gente se queixa da “falta de apoio do governo” ao automobilismo (e a um monte de outras coisas), e no fim das contas o que Petrobras e Banco do Brasil, especialmente o BB com Nasr, estão fazendo é justamente apoiar pilotos brasileiros, em alguma medida, na principal categoria do automobilismo mundial.

Isso posto, é uma grande notícia para Nasr. Ano passado eu havia afirmado aqui com todas as letras que ele estaria na F-1. Era uma informação que eu tinha, mas não vou bater bumbo. Na ocasião, a negociação era outra. No fim, por outros caminhos, acabou se confirmando. Mas não é exatamente o que eu fiquei sabendo na época.

Nasr será, doravante, chamado de Felipe II aqui, quando meu estilo literário assim exigir. Falemos dele. Começou no kart muito cedo, como a maioria, e em 2008 foi correr na F-BMW americana. No ano seguinte, já na F-BMW dazoropa, conquistou o título com sete vitórias em 16 corridas. Em 2010 e 2011 correu na F-3 Inglesa. Foi quinto no primeiro ano e campeão na temporada seguinte com sete vitórias. Até lá, tudo ia muito bem.

Na GPs, no entanto, as coisas não foram tão róseas. Pela DAMS, em 2012, décimo colocado; pela Carlin, no ano passado, quarta posição ao final e desempenhos irregulares. Mas ele tem currículo, sem dúvida. É um piloto inteligente, que vai muito bem quanto tudo está bem. Terá um ano sem pressão alguma, de aprendizado e experiência valiosa nos finais de semana de GP. Que aproveite bem.

Ah, e vale ler o post do Américo Teixeira Jr., que cravou a informação no início de novembro. Alguns dias depois, no entanto, seu pai Samir (pai do piloto, não do Américo, que é filho de Américo Vespúcio) negou tudo de maneira tão efusiva que não restou outra opção ao nosso fura-fura que não dar uma atenuada na história.

Que se confirmou hoje exatamente como ele disse que seria em 5 de novembro.