Blog do Flavio Gomes
F-1

ABU DOUBLE (5)

SÃO PAULO (também justíssimo) – Acho que o segundo lugar de Massa merece um post à parte. Fecha o ano com sua melhor corrida em muito tempo, tendo tido chance — remota, é verdade — de vitória e guiando como se deve: combativo do início ao fim, buscando os tempos de volta necessários, com um […]

SÃO PAULO (também justíssimo) – Acho que o segundo lugar de Massa merece um post à parte. Fecha o ano com sua melhor corrida em muito tempo, tendo tido chance — remota, é verdade — de vitória e guiando como se deve: combativo do início ao fim, buscando os tempos de volta necessários, com um ritmo que raramente ele consegue impor em prova.

Felipe largou muito bem e se virou com os pneus supermacios por 14 voltas, mais do que a maioria, que teve de trocar antes. Na metade da corrida, quando Rosberguinho pifou, Felipe assumiu o segundo lugar e, na volta 29, deu pintas de que poderia lutar pelo primeiro lugar, quando Hamilton diminuiu o ritmo à razão de mais de 1s por volta. A diferença que era de 14s quando Massa passou Rosberg caiu para 9s rapidamente. O inglês aparentava ter algum problema.

Aí Lewis fez seu segundo pit stop. Massa abriu 15s para ele e pairava uma dúvida no ar: iria até o fim de pneus macios? Faltavam ainda 23 voltas. Lewis não conseguia descontar muito, mas parecia saber o que estava fazendo. Os problemas que ele parecia ter antes da parada eram alarme falso. Estava apenas poupando o equipamento. Quando reduziu a diferença para 12s, pediu à equipe, pelo rádio, para “ligar o carro”, uma expressão que a pilotaiada usa para solicitar o “libera geral” — a saber: me deixa usar a potência toda, não precisou poupar mais nada, dá pra ser?

Foi quando Massa foi para os boxes, na 44ª volta, para colocar supermacios e tentar uma arrancada no final. Voltou a 11s do líder e abriu uma sequência de voltas muito rápidas para tirar a diferença. Em cinco voltas, a vantagem de Hamilton caíra para 6s5. Na 52ª, era de 4s2. Na 54ª, 3s2. Mas quem conhece um pouco de corrida sabia que não seria possível chegar. Os pneus supermacios também perdem performance, e Lewis tinha total controle da situação.

De qualquer modo, Felipe chegou ao pódio pela terceira vez no ano e encerra a temporada em alta, assim como a Williams — desde 2005 que o time não colocava dois pilotos no pódio, quando Heidfeld e Webber terminaram o GP de Mônaco em segundo e terceiro. O ano que vem, para ele e para a equipe, promete bons momentos.