Blog do Flavio Gomes
F-1

TÁ TUDO BEM

SÃO PAULO (aqui, Porsche) – Hamilton e Rosberg fizeram as pazes. E acho que é sincero. E se for, mesmo, é algo a se comemorar. Companheiros de equipe quase nunca são amigos de verdade, quando têm um nível técnico semelhante. E na maioria das vezes é normal que seja assim. Os caras se conhecem já […]

SÃO PAULO (aqui, Porsche)Hamilton e Rosberg fizeram as pazes. E acho que é sincero. E se for, mesmo, é algo a se comemorar. Companheiros de equipe quase nunca são amigos de verdade, quando têm um nível técnico semelhante. E na maioria das vezes é normal que seja assim. Os caras se conhecem já adultos, naquela fase idiota “não tenho de ser amigo de ninguém porque sou competitivo”. Tem gente que acha que ser competitivo é sinônimo de ser idiota.

Lewis e Nico se conhecem há uns 15 anos. Desde moleques, no kart. E amizade de criança e adolescente é sagrada. Não pode acabar.

Neste ano, por conta de dois episódios, os meninos pararam de se falar. O primeiro deles foi em Mônaco, quando Hamilton acusou Rosberg de errar de propósito na classificação para provocar uma bandeira amarela e impedir que ele fizesse uma volta melhor. O segundo aconteceu em Spa — onde, numa tentativa de ultrapassagem, o alemão furou o pneu do inglês.

Mas em Abu Dhabi Rosberg foi cumprimentar o campeão. E reconheceu que ele foi melhor ao longo da temporada. E isso levou ao início de uma reconciliação. “Nossa relação voltou ao ponto em que duas pessoas normais conversam sobre coisas normais”, disse Lewis.

Acho bem legal. Imagino como deve ser bacana correr numa equipe que tem um carro imbatível, e lutar por um título de forma limpa e solidária com seu melhor amigo. Brigar na pista, claro, mas com as armas da decência e da ética esportiva. Para no fim do dia tomar uma cerveja e contar mentiras.

Hamilton e Rosberg estiveram hoje em Stuttgart para o “Stars & Cars”, evento da Mercedes de fim de ano. Mais de 50 mil pessoas foram ao museu da marca para ver seus ídolos do presente e do passado e carros, muitos carros. Alemão tem uma relação diferente com automóveis. Aquele negócio de ter orgulho daquilo que está dentro da sua garagem.