Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

PORSCHE!

SÃO PAULO (não tenham pressa, o mundo não vai acabar) – Que ninguém diga que não foi uma surpresa. Afinal, desde que passamos a contar os anos com o algarismo 2 à frente, modo de dizer “desde 2000”, a Audi ganhou 13 vezes em Le Mans. Perdeu em 2009 para a Peugeot e em 2003 […]

SÃO PAULO (não tenham pressa, o mundo não vai acabar) – Que ninguém diga que não foi uma surpresa. Afinal, desde que passamos a contar os anos com o algarismo 2 à frente, modo de dizer “desde 2000”, a Audi ganhou 13 vezes em Le Mans. Perdeu em 2009 para a Peugeot e em 2003 deu Bentley — mas o carrão verde era um Audi, na prática.

Portanto, depois de cinco vitórias seguidas dos quatrargólicos, 13 triunfos em 15 edições desde 2000, qualquer coisa que não fosse Audi na frente de novo seria uma surpresa. E foi.

Mais ainda porque o trio que recebeu a bandeirada em primeiro em Sarthe não era o mais votado da Casa de Stuttgart. Tandy, Bamber e Hülkenberg faziam parte daquele grupo coadjuvante que todo mundo olha com ternura, mas em quem não se apostam grandes fortunas. E eles ganharam, levando a Porsche ao topo em Le Mans pela primeira vez desde 1998. Foi a 17ª vitória da marca na maior das corridas. Ninguém venceu mais.

E o que contou mais para ganhar pela segunda vez no renovado WEC, e justo em Le Mans? Ritmo de corrida, algo que a Porsche não vinha conseguindo impor desde sua volta aos protótipos, no ano passado — tanto que só contabilizava um triunfo, em Interlagos. E um esforço danado para não errar — a Audi cansou de ganhar em cima das trapalhadas dos outros, especialmente da Peugeot quando os franceses eram seus maiores rivais.

Desde os treinos se sabia que a Porsche iria dar trabalho. Colocou seus três carros nas três primeiras posições do grid e se preparou para copiar o que de melhor seus adversários possuem: organização, estratégia, rapidez para solucionar problemas.

Foi uma vitória bonita e emocionante, merecida e convincente. Ganharam dos melhores, já no segundo duelo. Não é pouco.

Pouco, mesmo, fizeram Toyota e Nissan, que acabaram decepcionando. Os carros dianteiros da Nismo fracassaram redondamente. Os monstrengos da Toyota seguem apanhando em Le Mans, apesar do domínio que impuseram no campeonato de 2014.

Por fim, uma palavrinha para Hülkenberg. Alguma dúvida de que o rapaz tem talento? E de que se apaixonou de vez pelos carrões do WEC? Não se espantem se Nico deixar a F-1 ao final do ano. A sensação de estar perdendo tempo num lugar que não é mais o seu é horrível. E o alemão deve estar repensando muita coisa neste momento.

Ah, e não dá para falar da edição 2015 de Le Mans sem aplaudir de pé o Fox Sports e a dupla Rodrigo Mattar e Hamilton Rodrigues. Um show de informação e conhecimento que entrou para a história das transmissões automobilísticas da TV brasileira.