SÃO PAULO (surpresa?) – Se havia um movimento esperado no mercado de pilotos que poderia significar um bom dominó, era a saída de Raikkonen da Ferrari. Não há mais. Kimi fica. Portanto, Bottas não vai. Portanto, nada muda na Williams. Portanto, nada vai acontecer de muito importante no primeiro escalão. Mercedes, Ferrari, Red Bull e Williams manterão suas duplas. Falta saber o que será da Lotus em 2016. O mais provável, é que a Renault compre o time. Na Haas, a estreante, serão duas vagas. Mas, obviamente, preenchidas por gente do segundo escalão.
O finlandês não faz um bom campeonato, quando se compara sua performance com a de Vettel. Depois que voltou à F-1, Raikkonen foi muito bem na Lotus, ganhando até corrida — uma em 2012, outra em 2013. No retorno a Maranello, que se deu graças a essa surpreendente boa forma pós-rali, tem um único pódio — segundo lugar no Bahrein neste ano. Em 2014, foi mal, assim com a equipe. Agora, tem sido ofuscado por Sebastian.
[bannergoogle] Mas ninguém duvida de sua capacidade. Eu ficaria com ele, sim. Acho melhor do que Bottas. Precisa de uma sequência de bons resultados para ligar a chavinha interna da motivação. Tão interna que ninguém sabe onde fica. É difícil tentar adivinhar o estado de espírito de Kimi apenas olhando para ele, ou trocando meia-dúzia de palavras com o piloto. Raikkonen vive num universo muito particular.
A Ferrari sabe que ele é bom, porém. A Raikkonen, afinal, os italianos devem seu último título, em 2007. É um campeão mundial. Não se descarta um campeão mundial.
Mas a gente torce para que ele melhore. Kimi, em forma, é fantástico. E muito mais divertido que todos os outros juntos. É o piloto de maior carisma do grid, em que pese seu jeitão esquisito.
Raikkonen falou sobre a renovação. Disse que quer terminar a carreira na Ferrari. Rara demonstração de amor.