A gente desenha. Se ainda assim não entendeu, a gente escreve.
DUAS DA STOCK
CURITIBA (amanhã tem) – Duas notícias da Stock que merecem comentários da macacada do blog. A primeira, a mudança de status do campeonato para “Sul-americano” a partir deste ano, já. Na prática, não muda muita coisa, além de conferir ao campeão um título brasileiro e continental. Mas seria legal se pudesse representar a “exportação” da categoria, no futuro, para correr em outros países — notadamente a Argentina, onde já correu, inclusive.
A segunda vem de Curvelo. O pessoal da Vicar visitou o autódromo mineiro e ficou impressionado com o que viu. Se precisasse correr lá amanhã, disseram, daria. Mas a etapa do campeonato no Circuito dos Cristais está marcada só para novembro. Vai dar tempo de acabar tudo direitinho.
Parabéns aos envolvidos.
DICA DO DIA
CURITIBA (uma boa sexta) – Reproduzo quase na íntegra o release que a Ford mandou, porque estou meio corrido e sem tempo de editar. Mas a dica é boa, vocês vão entender:
A Ford produziu um documentário sobre os 50 anos do esportivo GT. Neste primeiro episódio, mostra a paixão da família Ford em superar a Ferrari na corrida de Le Mans depois da tentativa de adquirir a marca italiana. A produção, chamada “Ford GT: O Retorno”, tem cinco capítulos e o primeiro deles, “A Decisão”, pode ser visto abaixo.
O vídeo inclui depoimento de Bill Ford Jr., presidente do Conselho da empresa, que relembra a frase de seu tio Henry Ford II: “Já que não podemos comprar a Ferrari, vamos vencê-la em Le Mans”, numa das mais lendárias histórias do setor automotivo.
O desejo de vencer em Le Mans foi o que levou a Ford a criar o GT 40 na década de 1960. O retorno do Ford GT às corridas, agora, é outro momento de definição para a empresa. Assim que o projeto recebeu a “luz verde”, a Ford iniciou um ambicioso trabalho de engenharia, desenvolvendo simultaneamente o Ford GT de rua e a versão para as pistas, a tempo de comemorar o 50º aniversário da vitória histórica nas 24 Horas de Le Mans. No total, quatro Ford GT vão competir globalmente por títulos em 2016, com a equipe Ford Chip Ganassi Racing. Dois vão correr no IMSA Weathertech SportsCar Championship (América do Norte) e dois no Campeonato Mundial de Endurance (global). E todos os quatro estarão nas 24 Horas de Le Mans.
NO PARQUE DO ALBERTO (1)
SÃO PAULO (perdi meu tempo) – Que comecinho, putz grila.
(“Putz grila” é uma expressão dos anos 70, e como toda expressão tem origem difícil de precisar. Nos anos 70, “grilo” era usado para descrever alguma coisa ruim, preocupante. “Tô grilado com minha namorada”, por exemplo. “Deu grilo neste motor”, outro exemplo. Não sei bem por que “grilo” para essas coisas, mas há algumas teses, a mais aceita a que vem a seguir. Grilo é um inseto que faz um barulho razoavelmente irritante para atrair as fêmeas, e nos anos 70, quando a molecada tomava umas coisas esquisitas, tipo LSD, ficava com um zumbido na cabeça. Erroneamente, o que é compreensível pelo estado produzido pelo ácido ou outra substância qualquer, meninos e meninas comparavam o zumbido na cuca ao ruído produzido por um grilo — deve ter sido o primeiro bicho que veio à cabeça do primeiro que ligou o som a um inseto. O cara, ou a menina, poderia ter pensado também numa abelha, ou num mosquito, ou num besouro, sei lá. Mas veio grilo, grilo ficou. Portanto, “grilo” era algo que incomodava, por assim dizer. O “putz” é uma corruptela de “puta”, mesmo. Naqueles tempo, falar “puta”, “merda”, “bunda” e “foda” podia dar cadeia — alguns artistas apanharam do Fleury por dizer “bosta”. Assim, em vez de falar “puta grilo” para algo muito ruim e problemático — “Bicho, olha aquele cara batido no poste! Puta grilo!” –, adotou-se o “putz grila”, que para muita gente é uma palavra só, “putzgrila”, mas sempre escrevi separado. O motivo de se usar “grila”, no feminino, e não “grilo”, no masculino, é que ficava mais legal e sonoro. Hoje se usa “deu ruim”, expressão nascida no Rio, até onde eu sei, e que também nem é tão popular assim.)
[bannergoogle] Choveu quase o tempo todo, e apenas Wehrlein e Haryanto, a dupla da Manor, andou bastante para se acostumar com o brinquedo. Houve uma batidinha aqui e uma rodadinha ali — Rosberguinho deu uma boa estampada –, alguns pilotos mal saíram dos boxes e no fim das contas Hamilton fechou a sexta em primeiro, mas com tempo que não diz muita coisa por conta das condições do asfalto.Em situação tão desfavorável, é difícil avaliar qualquer aspecto técnico, tático, estratégico e psicológico. “Ah, a Red Bull andou bem”, me escreveu um leitor. Sei lá. Como saber? “Ah, a Force India confirmou o que você…”, também não sei, eu não disse nada, apenas acho que vai andar bem. “Ah, a Ferrari chegou, mas será que…”, não sei, não sei, não sei. Não tenho a menor ideia. O que sei é que a McLaren continua mal e os pilotos já perceberam. Que morte horrível, a de Alonso. Button não está ligando muito.
Assim, resta torcer para o tempo melhorar — ou piorar de vez — para que o sábado seja mais proveitoso. Os horários estão lá no Grande Prêmio. Mais tarde eu volto, mas bem mais tarde. É que hoje sigo para Curitiba, para me despedir do autódromo de Pinhais. A Classic Cup vai correr lá, acho que são duas provas, ando meio desligado, mas vamos em frente. O Bon Voyage já chegou ao circuito, pelo que soube.