Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

DOMINGOS, 75

RIO – Foi com uma enorme tristeza que recebi agora há pouco a notícia da morte de Domingos Piedade. Ele ficou mais conhecido no Brasil por sua atuação como comentarista de F-1 da antiga Rádio Panamericana, nos anos 70. Mas foi muito mais que isso. Domingos foi um dos caras mais importantes na história da […]

RIO – Foi com uma enorme tristeza que recebi agora há pouco a notícia da morte de Domingos Piedade. Ele ficou mais conhecido no Brasil por sua atuação como comentarista de F-1 da antiga Rádio Panamericana, nos anos 70. Mas foi muito mais que isso. Domingos foi um dos caras mais importantes na história da F-1.

Engenheiro, Domingos deixou Portugal para viver na Alemanha por 35 anos, onde, entre outras coisas, foi um dos homens-chave da AMG — o braço esportivo da Mercedes que, por exemplo, conduz as operações da equipe de F-1. Como chefe de equipe, ganhou duas edições das 24 Horas de Le Mans pela Porsche/Joest, em 1984 e 1985. Na imprensa, em seu país, comentou as corridas pela RTP. Como empresário, foi responsável pelo início da carreira de Emerson Fittipaldi na categoria, “descobriu” Schumacher no kart, foi um dos amigos mais próximos de Senna, empresariou Pedro Lamy e Michele Alboreto, deu o pontapé inicial na carreira de Montoya. E ainda foi administrador do autódromo do Estoril, organizou provas de rali, corridas de endurance, eventos automobilísticos de todos os tipos, viveu entre carros e motores.

Nesta recente entrevista a “A Bola TV”, o canal de vídeos do jornal esportivo português, Domingos conta muitas de suas histórias de décadas na F-1. Os detalhes sobre o começo da carreira de Schumacher são especialmente saborosos. Em outra entrevista, ao “AutoSport” lusitano, em 2016, pode-se conhecer melhor essa grande figura.

Domingos se foi ontem aos 75 anos. Estava internado em Cascais, sua querida Cascais. Lutava havia dois anos contra um câncer no pulmão.

Era um amigo querido.