Blog do Flavio Gomes
F-1

AUDI & SAUBER, ENFIM

SÃO PAULO (tudo clareando…) – A Audi oficializou hoje a negociação que todo mundo já sabia que estava em andamento, mas é sempre importante quanto se torna… oficial! A montadora das quatro argolas entrará na F-1 pela porta da Sauber, equipe nascida e criada na Suíça que hoje opera na categoria sob o nome/patrocínio da […]

SÃO PAULO (tudo clareando…) – A Audi oficializou hoje a negociação que todo mundo já sabia que estava em andamento, mas é sempre importante quanto se torna… oficial! A montadora das quatro argolas entrará na F-1 pela porta da Sauber, equipe nascida e criada na Suíça que hoje opera na categoria sob o nome/patrocínio da italiana Alfa Romeo. A ideia da empresa alemã é comprar 75% das ações da Sauber nos próximos anos para estrear para valer em 2026, quando passa a valer o novo regulamento de motores — sustentáveis, com uso de combustíveis renováveis etc.

O cronograma agora, para vocês não se perderem:

2023 – Sauber continua disputando o Mundial com o nome Alfa Romeo, já que o contrato da marca italiana com a equipe suíça termina no final da próxima temporada. Os pilotos seguem sendo Valtteri Bottas e Guanyu Zhou.

2024 e 2025 – Sauber seguirá usando os motores Ferrari, que desde 2010 empurram seus carros. Vai disputar o campeonato com seu nome original — Sauber mesmo. Pilotos? Mistério absoluto. Provavelmente a Audi estará envolvida na escolha.

2025 – Audi pretende fazer os primeiros testes de pista com seus motores, que serão feitos na fábrica de Neuburg, pequena cidade bávara de 30 mil habitantes a 10 km de Ingolstadt, onde fica a sede da empresa. Hoje já há 120 pessoas trabalhando no projeto da F-1 e a fábrica será ampliada no ano que vem. Os carros seguirão sendo feitos na fábrica da Sauber de Hinwil, na Suíça.

2026 – Sauber muda de nome de novo e passar a disputar o campeonato como equipe Audi, apenas. Provavelmente já com seu controle acionário nas mãos da empresa, que pertence ao grupo Volkswagen. Hoje a Sauber pertence a um fundo de investimento liderado pelo milionário sueco Finn Rausing.

Curioso é que a Sauber, desde que estreou na F-1 em 1993, já teve associações com Mercedes e BMW também, duas grandes concorrentes da Audi. Chegou à categoria com carros que carregavam na carenagem a inscrição “concept by Mercedes-Benz”, usando motores Ilmor — empresa associada à montadora de Stuttgart. Em 1995 e 1996, usou motores Ford. De 1997 a 2005, os motores passaram a ser comprados da Ferrari, rebatizados como Petronas, patrocinadora do time — estatal de petróleo da Malásia que hoje é patrocinadora da… Mercedes!

Comprada pela BMW no final de 2005, foi time oficial de fábrica de 2006 até 2009, quando os bávaros desistiram da F-1 e devolveram a equipe para seu fundador, Peter Sauber. Foi nessa fase que os suíços conquistaram sua única vitória, no GP do Canadá de 2008 com Robert Kubica. Em 2010, o time voltou a usar motor Ferrari, ainda que oficialmente se chamasse BMW-Sauber, uma daquelas maluquices de nomenclatura da F-1. Em 2011, a Sauber pôde voltar a disputar o Mundial com seu nome de batismo, sempre com motores Ferrari. Em meados de 2016, Peter Sauber vendeu a equipe para o fundo de investimento sueco e deixou a organização. Desde 2018 a Sauber participa do campeonato como Alfa Romeo.