Mas ele quer? Se quisesse, não teria ficado na Mercedes?
Não sei. Talvez os planos dos alemães sejam mais ambiciosos agora. Ganhar corridas e campeonatos. E para isso, Schumacher não serve mais — a não ser que tenha um carro imbatível, algo que não se sabe se a Mercedes terá. Portanto, Hamilton se encaixa melhor em projetos que exijam algum tempo de maturação.
Já tem um monte de gente achando que ele pode resolver encerrar a carreira na Ferrari, de novo. Seria uma notícia bombástica, que geraria uma mídia monstruosa. E um telefonema a Luca di Montezemolo seria o bastante para resolver a parada. Do ponto de vista técnico, não creio que Michael faria muito menos do que vem fazendo Massa. Basta dizer que, apesar de todas as quebras e trapalhadas neste ano, o alemão esteve à frente do brasileiro na classificação até o GP da Bélgica.
Outro lugar possível seria na Sauber, no lugar de Pérez. Aí alguém vai perguntar: nossa, o cara daria um passo atrás tão grande na carreira? Não se trata disso. Schumacher, como é em relação à Mercedes, é grato a Peter Sauber. Correu com o suíço no Mundial de Marcas, nos magníficos protótipos Sauber-Mercedes do final dos anos 80 e início dos anos 90. Para se divertir e, ao mesmo tempo, mostrar gratidão, seria um ótimo lugar. Não haveria cobrança alguma, está do lado de casa, e ajudaria, certamente, a reforçar o orçamento do velho Peter.
O mais provável, no entanto, é que Michael entre com os papéis da aposentadoria, mesmo. Embora, depois dos acontecimentos de ontem, “provável” é termo que eu deveria evitar. Em todo caso, ainda tem aquele recorde de GPs disputados para bater.
Sei lá, é todo mundo meio doido, vamos ver o que rola.