Videozinho curioso para promover a Fórmula E que abre a temporada sábado na Arábia Saudita: Massa x um falcão peregrino, alegadamente o animal mais veloz do planeta. Vale pela graça.
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MASSA X FALCÃO
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FOTO DO DIA
E Felipe Massa já começou a conhecer o novo carro da Fórmula E. Fez hoje seu primeiro teste com o Gen2 da Venturi num pequeno autódromo na França.
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E-MASSA
RIO (bancos, odeio) – A assinatura de Felipe Massa com a Venturi, anunciada hoje ao meio-dia pelo Instagram do piloto — gosto disso, Felipe não privilegia ninguém, sempre foi assim –, me parece ter um forte vínculo com a Mercedes.
A empresa monegasca não é propriamente uma montadora de automóveis, mas sim uma fornecedora de tecnologia para carros elétricos. Na temporada #5 da Fórmula E, vai fornecer seu trem de força para um novo time que está chegando à categoria, chamado HWA.E o que é HWA? É a equipe que está à frente das operações da Mercedes no DTM — como era a Joest com a Audi no WEC. Uma parceria técnica e operacional. Como a Mercedes está saindo do DTM, não é difícil juntar as peças do quebra-cabeças. Essa HWA será o primeiro pezinho da montadora alemã na Fórmula E.
A Mercedes já anunciou que entra para valer na temporada #6. Parece bastante óbvio que vai usar a temporada #5 para se ambientar, aprender, alocar pessoal na Venturi e na HWA, entender como funcionam as coisas nesse universo novo e ainda muito incipiente. Assim, é bem provável que no biênio 2019/2020 a HWA seja rebatizada como Mercedes, apenas, ou então adote nomenclatura parecida com o que era a Abt-Audi nos primeiros anos da competição.
Massa assinou por três anos. Não será piloto oficial da Mercedes, pois, pelo menos nesse período. No futuro, quem sabe? A lista de pilotos possíveis para a HWA tem bons nomes, todos ligados à Casa de Stuttgart (adoro essas denominações: Casa de Maranello, Casa de Ingolstadt, chique pacas). Eu colocaria, de cara, Pascal Wehrlein, George Russell, Edoardo Mortara (que já é piloto da Venturi) e até Nico Rosberg.Nico, aliás, será o responsável por apresentar o novo carro da Fórmula E sábado em Berlim. Ele investe na categoria e seu nome está sempre presente nas especulações envolvendo a chegada da Mercedes à série elétrica.
O fato é que a vinda de Massa é mais uma bola dentro da F-E. O campeonato só cresce e seu grid ganha cada vez mais qualidade com nomes fortes como o dele. Boa sorte ao rapaz. Ele vai curtir.
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FOTO DO DIA
Eis aí Felipe Massa de roupa e carros novos. O piloto deu algumas voltas com o carro da Stock pela primeira vez, para imagens promocionais e reportagem na TV. Correrá em dupla com Cacá Bueno na abertura da temporada, dia 10 em Interlagos.
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MASSA E A STOCK
vai disputar uma etapa da Stock no ano que vem, a corrida em duplas, como parceiro de Cacá Bueno. É uma boa forma de conhecer o carro melhor, já que a categoria não lhe é nenhum mistério — ele costuma ir a algumas provas, quando pode, e conhece toda a tigrada que corre lá.
RIO (faz bem) – Felipe MassaTrata-se de um nome de peso, mas não acho que ele tenha a intenção de correr no Brasil. Não por enquanto. Aliás, já falou disso outras vezes. Sua vida está bem estabelecida na Europa, o filho estuda lá, mora em Mônaco, lugar seguro e tranquilo, e não teria muitos motivos para voltar. Nem profissionais, nem pessoais.
Continuo achando que o destino de Felipe é a Fórmula E, talvez com a Mercedes, na temporada #5. Mas vai ser legal vê-lo disputando uma prova nacional pela primeira vez desde 1999.
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FOTO DO DIA
Esse é o desenho da carenagem dos quatro karts da equipe de Felipe Massa para as 500 Milhas da Granja Viana, prova marcada para o dia 16 de dezembro. Felipe não corria lá desde 2012 e venceu o festival pela última vez em 2009. O time que Massa montou é de respeito: tem Lucas di Grassi, Julio Campos, Marcos Gomes, Caio Collet, Sérgio Sette Câmara, Dudu Massa, Rodrigo Natel, Ruly Vieira, Lucas Salles, Adriano Amaral, Alexandre Miranda, Rodrigo Dantas e Guilherme Gouvea.
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RÁDIO MASSA
Muito legal esse clipe que a F-1 postou hoje com os melhores momentos de Felipe Massa no rádio. Algumas passagens são muito engraçadas. E é um bom resumo da sua bela carreira.
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SEM BRASIL
RIO (e daí?) – Para muita gente, é o fim do mundo. Para quem tem alguma noção da realidade, era apenas uma questão de tempo e consequência de uma série de circunstâncias que envolvem o automobilismo em geral e o nacional, em particular. Pela primeira vez, desde 1970, uma temporada de Fórmula 1 não terá um piloto brasileiro no grid. Naquele ano, Emerson Fittipaldi fez sua estreia pela Lotus (foto) na sétima etapa do campeonato, o GP da Inglaterra. Foi, inclusive, a última temporada a começar sem um piloto do país inscrito entre os participantes. A partir de 1971, em todos os Mundiais a prova de abertura teve um brasileiro pronto para a batalha, firme e forte.
Oh, e agora, o que será de nós?
Bem, a Terra não vai parar de girar, lamento informar. Potências como França, Itália, Espanha e Alemanha também viveram seus períodos de vacas magras. Nem por isso esses países deixaram de acompanhar e de amar a Fórmula 1. Outros têm seus GPs há anos, ou tiveram, e jamais contaram com pilotos participando, como China, Turquia, Bahrein, Abu Dhabi, Coreia do Sul, Singapura… Malaios, japoneses, canadenses, austríacos e americanos também vêm e vão, e nem sempre com sucesso.No Brasil, a julgar pelo tom dos comentários de algumas pessoas nas redes sociais — felizmente elas não representam o todo, espero que sejam uma minoria, embora barulhenta e chiliquenta –, a F-1 vai acabar e merece morrer e ser enterrada sem honra. Não vai. Pode ser que o público seja depurado, fenômeno verificado depois da morte de Senna. O fim trágico de sua carreira mostrou claramente que por aqui havia uma enorme massa de gente que gostava dele, não de corrida. Que se apropriava de suas vitórias “nas alegres manhãs de domingo”, e que ele servia mesmo para isso: melhorar o dia de algumas pessoas e suas vidas miseráveis.
Brasileiro é egoísta. Exige que seus atletas vençam e sejam campeões para que tornem seus dias mais felizes — dos torcedores, não deles, esportistas. Se não vencem e não são campeões, transferem suas frustrações a eles, atletas. São os culpados por nossos dias não serem melhores. É uma pobreza de espírito monumental.
Barrichello sofreu muito na pele essa “cobrança” de torcedores enfurecidos e frustrados, por anos a fio. A TV Globo tem muito a ver com isso, por vender expectativas falsas sobre as possibilidades que ele tinha de vencer corridas e campeonatos — quando não tinha; ganhar um GP era uma esperança remota diante de um companheiro tão melhor como Schumacher, e ser campeão, impossível. Por isso, sua imagem junto ao mui exigente torcedor de poltrona do Brasil é a de um simpático fracassado. E isso está acontecendo com Massa, agora.Esse fã efêmero e carente não interessa a esporte algum. Se assiste a uma corrida apenas para ver um brasileiro correndo e vencendo, tem uma visão míope do esporte e da vida. A Fórmula 1, ao contrário do que muitos pensam, não perdeu a graça quando Senna morreu. E não vai perder a graça agora que não haverá um brasileiro no grid. Ela continua forte, exuberante, com momentos bons e ruins, será como sempre foi.
No dia em que o brasileiro médio compreender que esporte algum foi concebido para brasileiro ganhar — exceção feita às competições dominicais que a Globo inventa para tocar vinheta e hino, os “jogos mundiais de verão”, os “desafios internacionais de futebol de areia”, as “travessias universais do Arpoador” e coisas do gênero –, passará a gostar de esporte de verdade. Até lá, teremos de aguentar a depressão desse povo que não entende nada de nada.
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O FIM, ENFIM
RIO (finais & finais) – Não lembro exatamente o que escrevi ano passado quando Felipe Massa anunciou sua aposentadoria, mas creio que deve ter sido o mesmo que vou escrever agora. Que teve uma carreira bonita, digna, que dá para ser feliz fora da F-1 e das pistas, que a decisão de parar é difícil, claro, mas sempre pessoal — e não merece contestação –, e possivelmente lhe desejei uma boa vida.
A única, e grande, diferença entre o que aconteceu em 2016 e o que está acontecendo agora é que desta vez não foi ele quem resolveu colocar um ponto final nessa história, e sim a Williams. Massa voltou a pedido da equipe, que perdeu Bottas de repente, e queria continuar. Estou me fiando em suas últimas entrevistas, todas elas demonstrando o desejo de seguir.
Ocorre que a equipe, em nenhum momento, considerou sua permanência. Não sei, talvez nunca saibamos, em que termos as conversas internas ocorreram. Nem se ocorreram. Será que a Williams falou com Felipe quando saiu caçando piloto para um vestibular? Conhecendo a Fórmula 1 e sua gente como conheço, pode ser que não. O que, em certa medida, mostraria algum desrespeito aos quatro anos do brasileiro na casa.
Mas pode ser que sim, também, e que Massa tenha sido alertado da decisão do time de colocá-lo, no máximo, numa lista — o que, sem precisar de tradução, significaria claramente que não tinha interesse em mais um ano. Fala-se muita coisa indiretamente na F-1, é tudo uma questão de compreender o significado de palavras, comunicados e decisões. Talvez o piloto devesse entender o recado imediatamente. Talvez alimentasse alguma esperança. Sei lá. Mas, para mim, no exato instante em que a Williams falou em Kubica e Di Resta ficaram evidentes suas intenções — aliás, Kubica vem sendo apontado como favorito à vaga, que ganhou mais dois pretendentes nos últimos dias, Wehrlein e Kvyat.De qualquer forma, a novela durou pouco e, aparentemente, Felipe chegou à conclusão, depois de alguns dias de reflexão e conversas com os mais próximos, que a fila andou e ele já não faz mais parte dela. “Respeito” foi palavra que o brasileiro usou em muitas de suas recentes declarações, dando a entender que a situação era bem incômoda — Victor Martins fala sobre isso no seu blog, em texto brilhante. Mas não vou aqui demonizar a Williams porque, de novo, sei como as coisas funcionam na F-1. As frituras são lentas e, na medida em que o óleo vai esquentando, as relações vão-se deteriorando e o ambiente começa a se tornar esquisito.
Massa é um jovem de 36 anos que, se quiser, ainda pode continuar correndo. Agora é a hora de pensar no futuro, e se ele se imagina por mais algum tempo em carros de corrida, terá de considerar as poucas opções que se lhe apresentam.
Uma seria a Fórmula E. Uso o condicional porque para a quarta temporada, já era. Restava uma vaga na Andretti, que foi fechada nesta semana. E o campeonato está para começar, daqui a um mês. O WEC vive um momento de indefinições e incerteza. Um piloto de seu calibre seria interessante para equipes de fábrica, mas só vai sobrar a Toyota. Os EUA podem ser um destino, assim como mergulhar de cabeça na Stock, como fez Barrichello com muito sucesso.
Não vejo, porém, o mesmo perfil em Felipe. Rubinho é um tarado por corridas e às vezes dá a impressão de só não estar correndo de alguma coisa quando se deita para dormir. É preciso cuidado nessa hora. Corre-se o risco de virar um Villeneuve, por exemplo, vagando por categorias aqui e ali sem muito critério, como se fosse um fantasma, até ninguém mais se interessar por ele. Outros, como Webber, optaram por um fim de carreira sólido e quando perceberam que já não havia mais nada, pararam de vez — o australiano se mandou quando soube que a Porsche faria o mesmo. Há também o exemplo recente de Rosberg, que saiu por cima, campeão, e foi cuidar da vida e nem cogita seguir correndo.
O mais importante é ter certeza daquilo que se quer fazer e perceber que as coisas chegam ao fim, para todo mundo. Por mais que seja doloroso e, num primeiro momento, tire o chão de seus pés.
Foi, não será de novo, lembre. Frase que adoro e uso sempre. A F-1 acabou para Massa, mas a vida obviamente, não. Ele saberá lidar com isso. Que tenha duas ótimas corridas finais em Interlagos e Abu Dhabi, e siga em frente.
E sobre o fato de o Brasil ficar sem um piloto no grid pela primeira vez desde 1970, quando Emerson Fittipaldi estreou, falaremos mais tarde.
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CONCORDAM?
RIO (alguém aí já hidratou funghi secchi no vinho?) – A Evelyn Guimarães encheu o Grande Prêmio de notícias hoje e muitas delas merecem ser comentadas por Vossas Senhorias. Sem enrolar, vamos a elas:
- Massa: o brasileiro disse que está pronto para tudo, continuar ou parar, mas quer uma definição logo da Williams. E contesta aqueles que afirmam que ele está fazendo um campeonato ruim. Ao contrário, Felipe acha que vem fazendo uma boa temporada e que os críticos olham apenas para pontuação e resultados, esquecendo que a equipe parou o desenvolvimento do carro e que muitos de seus problemas neste ano tiveram origem nas deficiências do carro. Concordam?
- Alonso: o espanhol rasgou elogios a Hamilton, a quem considera um dos cinco maiores de todos os tempos. “Talentoso, ganhou em todas as categorias, com carros bons e com carros medíocres. É o grande campeão dessa geração”, afirmou, num surto de sinceridade que me surpreendeu um pouco. Ou não, talvez. Alonso, de uns tempos para cá, tem sido um personagem dos mais interessantes e francos sobre tudo que acontece na F-1 e no automobilismo. Concordam?- Hamilton: calmo, família, tranquilo, focado, reverente a Senna. Foi esse o piloto que se apresentou hoje para a coletiva no Hermanos Rodriguez. Será tetra domingo, certeza. É o melhor campeonato de sua carreira. Concordam?
- Honda: a montadora japonesa confirmou o que Alonso e Vandoorne temiam. Terá de trocar os motores de ambos. Fernandinho perderá 20 posições no grid. Stoffel, 15. Ninguém na McLaren aguenta mais a Honda e o time não vê a hora de se livrar da parceira. Concordam?
- Daytona: Alonso — só dá ele no noticiário — confirmou que vai correr nas 24 Horas do ano que vem pela equipe de Zak Brown, seu chefe. É um estágio de preparação para Le Mans, parece evidente. Agora, para vencer as 24 Horas em Sarthe, só arrumando um jeito de correr pela Toyota em 2018. Concordam?
- Wehrlein: entrou na briga pela vaga da Williams, por indicação de Toto Wolff. A disputa será travada com Kubica, Di Resta e Massa. Para mim, o jovem alemão é a melhor escolha, tecnicamente falando. Promissor, já com alguma experiência, cascudo, talentoso. Concordam?
- Salo: o ex-piloto recebeu até ameaças de morte pela internet por ter sido um dos responsáveis pela punição a Verstappen em Austin. As redes sociais estão mesmo um saco. Concordam?- Ladrão: e não é que depois da corrida nos EUA um cabra foi até os boxes da Mercedes e tentou roubar uma asa dianteira? Quem salvou a peça foi o pessoal da Red Bull. Não sei que fim levou o larápio. Só sei que se isso acontece no Brasil neguinho iria estrebuchar e dizer que “não dá mesmo pra ter corrida em Interlagos”. Só que isso pode acontecer em qualquer lugar. Concordam?
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DIVÓRCIO À VISTA
RIO (outro) – O tom de Felipe Massa na conversa com a Evelyn Guimarães, que está em Austin, não é outro que não o de desconforto com a Williams, para dizer o mínimo. O brasileiro não está engolindo esse vestibular com Kubica e Di Resta para 2018. Acha desrespeitoso. E é. Claro que a equipe tem o direito de colocar quem ela bem entender para correr. Mas depois de quatro anos em Grove, Felipe poderia ser comunicado abertamente das intenções da chefia. Ou Ford ou sai de Simca, piada que adoro fazer e ninguém mais entende. Ficar cozinhando o galo me parece deselegante.
Já escrevi antes, e comentei num vídeo, que acredito ter se encerrado o ciclo de Massa na F-1, ainda mais depois que sua equipe decidiu testar um cara que quase perdeu o braço e outro que nunca fez nada de especial para seu lugar. Isso à parte, não vejo Felipe guiando bem, com todas as atenuantes que possam ser apresentadas ligadas às deficiências de seu carro. A distância, sinto pouca motivação e combatividade. Pode ser só impressão, mesmo porque ele mesmo disse à Evelyn que gosta de guiar os carros atuais, o que faz imaginar que, por ele, ficaria mais um tempo correndo. Mas sinto isso.Se não for a F-1 — leia-se Williams –, não será nada. Palavras de Felipe, também. De fato, para a Fórmula E a coisa está meio em cima da hora, porque a temporada começa em dezembro e os testes já começaram. Talvez um ano sabático, talvez a aposentadoria de vez. Isso é decisão individual, depende de como o cara se sente, qual sua disposição para acelerar, treinar, viajar, encarar calendários longos ou curtos, é questão de foro íntimo, como dizia sempre o Fred Della Noce.
Fato é que as coisas azedaram. Está na cara.
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NOTÍCIAS DO FRONT
RIO (vamos, rápido!) – Várias notinhas hoje, que não merecem posts isolados mas são interessantes para vocês comentarem.
- A Haas vai cobrar do autódromo de Sepang a conta pelo prejuízo no carro de Grosjean, que se arrebentou todo depois de pegar uma tampa de bueiro aberta nos treinos livres. Acho justo. A fatura apresentada: 750 mil trumps.
- A McLaren garante que pensou bem antes de se divorciar da Honda, mas reconhece: se os japoneses começarem a vencer de repente, ficará com cara de boba. Eu também ficaria.
- Para Helmut Marko, a Red Bull já tem o melhor chassi do grid — provou isso na Malásia. Vocês concordam?
- A Williams vai fazer uma sessão privada de testes com Kubica e Di Resta. Talvez essa aqui merecesse um post à parte, mas estou meio sem tempo. Será na Hungria, com um carro de 2014, ainda neste mês. A equipe parece muito decidida a trocar Massa, pelo jeito. Porque se não fosse assim, não iria promover uma avaliação de um piloto que é reconhecidamente mediano, normalíssimo — como Di Resta –, e de outro que tem algumas limitações físicas, apesar de enorme talento e vontade de vencer — Kubica, obviamente. Gostaria muito de ver o polonês de volta. E, diante dessa notícia, começo a acreditar que o tempo de Felipe está chegando ao fim.
- A Renault está mesmo tentando contratar outro polonês, o engenheiro Marcin Budkowski. Quem?, perguntará você. Bom, o sujeito estava no Departamento Técnico da FIA, com acesso aos projetos de todos os carros de 2018 para homologação. Imagine o tanto que esse cara sabe de todo mundo. Perdeu o emprego. Está todo mundo com medo daquilo que ele pode entregar em delação que nem precisa ser premiada.
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FOTO DO DIA
Em Mônaco, Felipe Massa assiste ao GP da Hungria e vê seu substituto abandonar a prova — Di Resta parou depois de 60 voltas com um vazamento de óleo. O brasileiro teve labirintite viral e, por isso, não correu em Hungaroring. Mais de dez pessoas no paddock sofreram do mesmo mal. A organização da corrida não se manifestou oficialmente sobre o surto.
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TESTEZZZ (1)
SÃO PAULO (tá frio) – Deu Hamilton no dia #1 de testes de inter-temporada no Bahrein. Foram 12 pilotos na pista, alguns titulares folgaram e a McLaren não andou nada de novo. É um resumo desta terça-feira.
Mas o mais importante me pareceu o fim da polêmica Verstappen x Massa. O brasileiro contemporizou, disse que o moleque é boa gente e excelente piloto, que vai amadurecer com o passar do tempo e ponto final. Fez bem.
Enquanto isso, Alonso já está a caminho dos EUA para começar a entender como funciona esse negócio de Fórmula Indy e de circuito oval. Como disse domingo, precisa mesmo esfriar a cabeça.
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MASSA: FOI ASSIM
SÃO PAULO (tudo confuso nesta vida) – Leram o excelente material do Thiago Arantes contando os bastidores (destesto a palavra) da volta de Massa à Williams? A história é muito boa. Teve até noite passada em aeroporto. Está aqui.
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FALA, FELIPE
SÃO PAULO (quem sabe…) – Victor Martins e Gabriel Curty fizeram uma ótima entrevista com Felipe Massa para o Grande Prêmio. Entre outras coisas, o brasileiro diz que será uma espécie de Schumacher para Stroll e que a suspensão da aposentadoria não significa que vai correr um ano só e depois cair fora de novo. Segundo ele, o chamado da Williams mudou tudo. Inclusive o desejo de parar.
Leiam que está muito bom o material.
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NA ITÁLIA
SÃO PAULO (vamos acompanhar) – Apenas para registrar que, segundo apurou o Grande Prêmio, o teste de Felipe Massa com um carro da Jaguar da Fórmula E será realizado na Sicília. Achamos que seria em Enna-Pergusa, mas será em outra pista. Ainda não descobrimos o nome.
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E-MASSA
SÃO PAULO (olha…) – Felipe Massa estava mesmo inclinado a correr na Fórmula E, até ser chamado pela Williams em dezembro do ano passado. Tanto que a Jaguar o convidou para um teste, e ele vai fazer. Semana que vem.
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WEHRLEIN, WEHRLEIN…
SÃO PAULO (ufa) – O que o alemão Pascal Wehrlein fez ontem na Corrida dos Campeões, em Miami, poderia ter terminado em tragédia. Felizmente, nenhum dos envolvidos se machucou — ele e Massa, os pilotos, e os dois caronas. Mas já vi neguinho morrer assim, ao cair de cabeça em mureta de proteção.
A descrição do acidente e o vídeo estão aqui. Montoya foi o campeão individual da bagaça, na final com Kristensen. Hoje tem a Copa das Nações, que vamos transmitir no Fox Sports 2 a partir das 15h.
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MASSA, BOTTAS E O JORNALISMO
SÃO PAULO (um pouco de preguiça) - Foi às 11h56 do dia 20 de dezembro do ano passado que o Grande Prêmio, em texto assinado por Victor Martins, informou aos seus leitores: no dia anterior, Felipe Massa assinara um novo contrato com a Williams, que teria validade se a Mercedes confirmasse a opção por Valtteri Bottas. A aposentadoria, portanto, estava suspensa.
Não usamos nenhum verbo no condicional, nem os clássicos “pode” e “deve”, que no jornalismo especulativo são o remédio para uma barrigada. “Barrigada”, na nossa profissão, é a informação errada, chutada, nunca confirmada. Uma vez, por exemplo, anos atrás, Nelson Piquet quis zoar com um vetusto jornalista e falou que ia comprar a Sauber para seu filho correr. O vetusto jornal do vetusto jornalista cravou a informação. Era apenas zoeira.
Acontece, devo dizer. A gente vive atrás de notícias, umas importantes, outras não, e o erro é sempre uma possibilidade. A pressa, às vezes, a qualidade da fonte, ou até mesmo interesses escusos levam a barrigadas.
Mas no Grande Prêmio — e esse padrão já tem uns bons anos –, quando a gente crava é porque tem certeza. Primeiro, porque não temos nenhuma necessidade de furar a concorrência — pelo simples fato de não haver concorrência. Depois, temos plena noção da relevância das notícias envolvendo o automobilismo. Algumas não valem a perda da credibilidade só para tentar antecipar algo de que não estamos seguros de que vai acontecer. “Precisamos dar antes!”, frase que ouvi a vida inteira em redações. No Grande Prêmio, nunca foi dita. A gente faz o que acha que deve fazer. Temos uma informação, uma pista? Vamos atrás. Apuramos, ouvimos, perguntamos aqui e ali, percebemos indícios, notamos tendências, temos fontes. Fazemos jornalismo.No caso da suspensão da aposentadoria de Massa, a coisa foi até rápida. Tudo começou quando o “L’Équipe”, verdadeiro dono da primeira informação sobra a possibilidade, publicou uma nota sobre o assunto no dia 15 de dezembro. Fui atrás de Felipe. Relatei a conversa que tivemos aqui. A partir dessa informação do jornal francês, nossa equipe saiu a campo. No dia 17, num texto opinativo, intuí: vai voltar. Quatro dias depois da nota do “L’Équipe”, confirmamos a informação com uma fonte muito… especial. Voltei a falar com Felipe. Como foi uma conversa particular, não vou ficar aqui reproduzindo nada literalmente. Mas ele me disse mais ou menos algo como “cara, tô quietinho aqui, publiquem o que vocês acharem que devem”.
No dia 20, com todas as pontas amarradas, publicamos a matéria assinada pelo Victor. Não tínhamos dúvidas, não era uma aposta. Era um fato. Naquela noite, postei uma nota aqui, comentando o assunto. E toquei de leve na questão jornalística. Hoje, tudo foi confirmado oficialmente.
Há um pequeno, micro mesmo, universo nisso que chamamos de jornalismo automobilístico. Não são muitos veículos — sejam eles impressos, ou eletrônicos. Revistas, acabaram todas — se existe alguma ainda, os editores que perdoem minha ignorância. Os grandes jornais do país já não publicam nada de categoria nenhuma, nem Fórmula 1. É possível que alguma notinha saia nas edições de amanhã, só para constar. Não mandam mais repórteres para as corridas, esqueceram que o assunto existe. Na TV, o automobilismo ainda tem espaço em transmissões do Fox Sports, do SporTV e do BandSports. Mas o único programa dedicado exclusivamente ao assunto é o “Fox Nitro”, que eu apresento — se houver outro, peço de novo desculpas a quem faz. Muito pouco, para a importância do esporte.
E há os sites. Desde que o Grande Prêmio existe, 1996 — ainda com o nome Warm Up --, muitos nasceram e morreram no Brasil. Lembro do “Pit Stop”, do “Formulanews”, do saudoso e espetacular “Tazio” e de alguns outros esqueci o nome, porque não tinham nenhuma importância — eram páginas pessoais de pós-adolescentes que se achavam jornalistas; alguns acham até hoje.Acabaram. O Grande Prêmio sobreviveu. Aí, vieram os blogs. Este aqui tem 11 anos. A maioria desapareceu, por falta de saco do dono. Mas tem um ou outro ainda em atividade. Um deles — assinado por um rapaz que, ao que parece, faz produção de F-1 na Globo — fez bastante para desqualificar nossa informação no dia 20 de dezembro, inclusive. Usou suas redes sociais para tal. Até um repórter da emissora cagou na nossa cabeça — de novo nas redes sociais, onde todo mundo acha que pode tudo. Tem gente que espera anúncios oficiais. Tem gente que vai atrás da notícia.
A gente não precisa ficar respondendo a supostos colegas que procuram diminuir o que fazemos. No Grande Prêmio, inclusive, isso é proibido.
Mas, aqui, eu falo do que quiser. E como quiser. Sim, faço também o papel de ombudsman da imprensa. Quantas vezes malhei o ufanismo exagerado da Globo, inclusive atingindo pessoalmente amigos meus?
Bem, eles me conhecem, os amigos. E sabem como sou. Aos outros, que não são amigos, dedico pouco mais que o desprezo — não absoluto, afinal estou falando deles aqui. Confesso que me irrita ver o trabalho árduo da molecada do GP ser diminuído por puro despeito, falta de profissionalismo, inveja. Me irrita porque sei quanto eles trabalham, e porque é deprimente notar como tem gente babaca na profissão.
Enfim, sobre o lado jornalístico da notícia, era isso que queria dizer. Parabéns ao Victor e equipe, por exercerem com paixão e seriedade seu ofício. Devemos satisfações aos nossos leitores, só a eles, e tenho certeza que aqueles que nos leem estão satisfeitos hoje. Porque souberam bem antes aquilo que só foi revelado oficialmente nesta segunda-feira agitadíssima no mundinho das corridas.
Quanto aos fatos em si, Bottas na Mercedes, Massa na Williams e, de troco, Wehrlein na Sauber (também oficial hoje), acho que está tudo de bom tamanho.Sempre acreditei que Felipe ainda tinha alguns anos pela frente. Voltar atrás da decisão de parar não é motivo para se envergonhar, constranger, o que for. Quando resolveu se aposentar, era aquilo que achava ser o melhor para sua vida e carreira. Depois disso aconteceram coisas, entre elas o anúncio de Rosberg de sua retirada das pistas. Isso mudou todo o cenário. E Massa voltou a ser personagem diretamente envolvido — pela experiência, pelo talento, pela necessidade da Williams, que perderia Bottas. “Eu não voltaria se não fosse a Williams”, disse.
“Ah, mas ele se despediu em Interlagos!” Sim, se despediu mesmo. E vai se despedir de novo quando parar. Qual o problema? Alguém realmente acha que ele fingiu aquelas lágrimas quando bateu no GP do Brasil? Ninguém tem nada com isso. As decisões que uma pessoa toma em sua vida dizem respeito a elas, e a ninguém mais — quando muito, a alguns amigos e familiares. Ninguém tem o direito de criticar Felipe porque voltou atrás. É ridículo, isso.
Bottas é bom piloto, tem gente que acha que vai dar um calor em Hamilton, mas não penso assim. Acho que o finlandês vai marcar muitos pontos e conseguir muitos pódios, mas não vejo nele alguém capaz de desafiar o inglês. Tomara que esteja errado. Aqui tem uma galeria de fotos com o primeiro dia dele na Mercedes.
Quanto a Wehrlein, que mostre, na Sauber, por que a Mercedes investiu tanto nele. Para isso, precisa andar na frente de Ericsson. Depois, o tempo se encarrega de colocá-lo em algum lugar melhor. Talvez até na Williams, quando Felipe parar de vez. O contrato do brasileiro é de apenas um ano.
Mas é impossível afirmar agora que será só este campeonato, e acabou. Ninguém sabe, nem ele. Ninguém é capaz de adivinhar o futuro. Mas somos capazes de relatar o que aconteceu no passado. Neste caso, Massa tomou a decisão de voltar no dia 19 de dezembro de 2016.
A gente sabia.
Por isso, a gente publicou.
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QUESTÃO DE DIAS
SÃO PAULO (anotem) – O anúncio de Bottas na Mercedes deverá ser feito nesta semana. Na mesma hora, a Williams vai anunciar a permanência/volta de Massa. Claire já fala de Felipe nesse tom: “Ele queria continuar correndo”.
Bom, quem lê o Grande Prêmio já sabe dessas coisas faz tempo.
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VAI DEMORAR
SÃO PAULO (normal) – A Mercedes vai embaçar bastante, pelo jeito. Segundo a imprensa espanhola, só no dia 23 Bottas será anunciado como substituto de Rosberguinho para a temporada 2017. No mesmo dia, portanto, Massa oficializará sua volta à Williams. “Volta” numas, porque ele já estava lá. Na verdade, vai oficializar a suspensão da aposentadoria.
Por que a demora? Não tenho ideia. Não faz muita diferença, na verdade. Imagino que a esta altura do campeonato Bottas já esteja dando uns pulinhos na fábrica da Mercedes para trabalhos de simulador. Antigamente, quando o jornais tinham gente disponível, alguém ficaria de plantão na porta da equipe para flagrá-lo. Mas isso não acontece mais.
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FECHOU, E FEZ BEM
SÃO PAULO (meninada danada) – Foi antes do meio-dia que o Grande Prêmio confirmou e publicou: Massa assinou com a Williams e será piloto da equipe no ano que vem se a Mercedes fechar com Bottas.
Quem acompanha o site (e este blog) sabe que vínhamos perseguindo essa história havia algumas semanas. Quando cravamos, está cravado. É um furo mundial? É. Muda nossa vida? Não. Apenas fazemos jornalismo.
“Ah, mas tem de esperar o anúncio oficial”, têm argumentado alguns pirilampos de redes sociais.
Uai, podem esperar o que quiser. Se o anúncio oficial sair daqui a uma semana, ou um mês, tanto faz. O que está feito, está feito. Estamos afirmando que já fechou, e uma das tarefas do jornalista é tentar saber antes o que todo mundo, mais cedo ou mais tarde, vai saber.
Foi assim em 1999 quando, em agosto, publiquei o contrato de Barrichello com a Ferrari, salários inclusive. Não estamos falando de internet, ainda — era algo incipiente. A notícia, dei nos jornais para quem escrevia e na rádio onde trabalhava.
Meses depois um vetusto diário quatrocentão, hoje quase falido, publicou a mesma coisa como se fosse exclusivo e “antecipando” a contratação do brasileiro.
Achei engraçado.
Como achei engraçado quando jornalistas brasileiros, “under request” do personagem, decidiram publicar todos no mesmo dia a notícia de que ele tinha fechado com a Williams — meados de 2009. Para azar de todos eles, eu soube desse acordo chinfrim, feito semanas antes do dia combinado. Óbvio que publicamos na hora — já no Grande Prêmio. Todas as partes negaram. Semanas depois, veio o anúncio oficial e todos esses colegas, no dia, deram a notícia como se estivessem antecipando algo.É meio ridículo fazer esse tipo de acordo com quem é objeto da notícia, aquele sobre quem você tem a missão de escrever e falar.
Notícia não se guarda num baú, é uma das máximas da profissão. A não ser que ela possa ser prejudicial a alguém — caso do sequestro da sogra de Ecclestone, por exemplo, quando decidimos que não iríamos publicar nada sobre o andamento das investigações para não colocar em risco sua vida.
Agora, notícia de mudança de equipe, de assinatura de contrato, jogador indo de um clube para outro, técnico sendo demitido, essas coisas do dia a dia do esporte… Bem, tudo que nossos leitores querem é saber antes das coisas.
Aqui, sabem.
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VAI VOLTAR
SÃO PAULO (o mundo dá voltas) – Felipe Massa deve mesmo rever a decisão de deixar a F-1. Todos os indícios apontam nessa direção. O piloto brasileiro recebeu a proposta da Williams e tende a aceitá-la.
Não é exatamente um caso de aposentado arrependido. Felipe estava bem resolvido com a situação — avisou com antecedência que iria parar, cumpriu o contrato até o final, despediu-se no Brasil e em Abu Dhabi e esse ciclo estava encerrado.
Mas a vida é dinâmica, como diria o outro. Quando todos pensavam que a temporada tinha terminado em Yas Marina, eis que Rosberg resolve parar, também, e mexe com todas as peças do dominó da categoria. Porque a Mercedes, claro, teve de correr atrás de um substituto.
De cara as especulações apontaram para o novato Pascal Wehrlein, a escolha óbvia por ser um menino que há tempos está sendo preparado pela Mercedes. Mas, pelo jeito, não era tão óbvio assim. Pascal já fora preterido quando a montadora alemã teve de indicar alguém à Force India, que usa seus motores. Isso se deu antes de Rosberg anunciar sua aposentadoria. E quem a Mercedes mandou para lá? Esteban Ocon, outro moleque das suas categorias de base, o que deixou Wehrlein puto dentro do macacão. E ficou claro: na cabeça dos dirigentes prateados, Ocon é melhor que Wehrlein. E se é assim, por que colocariam Wehrlein no carro da matriz?Pascal está sendo escanteado de novo. O objeto de desejo da Mercedes é mesmo Valtteri Bottas, piloto finlandês de bons predicados técnicos capaz de encher a bolsa de pontos e pódios sem incomodar muito o tricampeão Lewis Hamilton. O problema é que ele tem contrato assinado com a Williams.
Problema?
Problema nenhum. A Mercedes ofereceu um bom desconto nos motores que vende à Williams e acertou tudo. E quem ficou com um problema foi a Williams. Quem colocar no lugar de Bottas? Por mais que se imagine que haja uma fila de pilotos esperando a vez para sentar num F-1, não é bem assim. A categoria ganhou contornos tão particulares que não é qualquer um que guia seus carros. Não dá para fazer muitas apostas em casos emergenciais como este. É preciso algumas certezas na hora de escolher quem colocar no cockpit.
Por isso que a Williams já avisou à Mercedes. Libera Bottas, sim, desde que encontre alguém do mesmo nível técnico e com experiência para tocar o barco. E mais: precisa ter mais de 25 anos. Porque seu patrocinador principal, a Martini, não pode usar a imagem de ninguém abaixo dessa idade para fazer publicidade em vários mercados do mundo.
Piloto experiente, bom tecnicamente, com mais de 25 anos e disponível. Quem se encaixa nesse perfil? Felipe Massa é um deles.
As partes já se falaram. Felipe, com quem conversei por troca de mensagens nos últimos dois dias, fechou-se em copas. Pediu desculpas por não poder dizer absolutamente nada. Sei como são essas coisas e nem adianta insistir.
Mas posso, claro, dizer o que eu percebi no tom dessas conversas e olhando esse cenário todo em profundidade. E percebi que ele vai voltar a correr. Já falou com a família, já pensou em tudo e tem uma justificativa mais do que aceitável para fazê-lo: a equipe que o recebeu com tanto carinho se viu num aperto e pediu ajuda. Amigos ajudam amigos.Massa, não se enganem, não vai voltar por dinheiro. Isso ele já tem bastante. Vai voltar porque a Williams pediu e está precisando. Fica um ano e dá tempo para o time se preparar para 2018. Stroll vai precisar de um tutor e Felipe pode fazer esse papel. Não terá uma temporada brilhante, como não teve nos últimos dois anos. Mas também não tem grandes ambições. Para a Williams, é importante que num de seus carros esteja alguém capaz de pontuar com frequência — questão de sobrevivência, pontos significam dinheiro.
Não sei se o anúncio oficial vai acontecer ainda neste ano. Pode ser que fique para o início de 2017. Mas, neste exato momento, se eu tivesse de responder à pergunta “Felipe Massa vai aceitar a proposta da Williams e correr em 2017?”, minha resposta seria sim, vai.
E quer saber? Deve. Massa ainda é jovem, tem lenha para queimar e estão precisando dele.
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SERÁ?
SÃO PAULO (onde há fogo…) – Bem, a situação é a seguinte: a Mercedes só vai anunciar seu novo piloto em 2017. E está insistindo com Bottas. A Williams admite perder o finlandês. Mas diz que só o libera se tiver alguém experiente para seu lugar, porque o novato Stroll não segura a onda.
Esse alguém experiente, segundo o “L’Équipe”, pode ser Massa — que já estaria conversando com a equipe. Falei com Felipe rapidamente. Ele não negou. O que não quer dizer que confirmou. Depois, na conversa, ficou me zoando e disse que ia andar com meu Voyage, mesmo. Falei para ele que não tinha vaga. Ele insistiu e disse que com um carro igual me crava usando só terceira e quarta. Encerrei o papo porque nós, pilotos, não aceitamos esse tipo de brincadeira.
Agora, que seria uma notícia bombástica, seria. Ele me cravar só com terceira e quarta, digo.
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FOTO DO DIA
Falando em Massa, achei de enorme sensibilidade esta imagem de ontem.
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(OUTRA) DICA DO DIA
Belíssima homenagem a Felipe Massa, em vídeo de fã. Só não anotei quem mandou, sorry. Sobre as imagens, gostava muito dele na Sauber, o moleque era terrível.
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O PÓDIO DE MASSA
SÃO PAULO (merecia) - Felipe Massa contou em sua coluna no “Motorsport” que domingo, mais de uma hora depois da corrida, subiu ao pódio para se despedir de quem ainda estava no autódromo. Ótima história.
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ENTRE OS LAGOS (24)
SÃO PAULO (parabéns por tudo) – Foi melhor para Felipe Massa bater onde bateu do que terminar a corrida em décimo, oitavo, sei lá. O abandono na volta 47, depois de beliscar uma zebra interna na subida do Café, balançar e aquaplanar, largou o piloto diante das arquibancadas que, nos últimos 15 anos, se acostumaram a vê-lo na labuta pela Sauber, depois Ferrari, por fim Williams.E foi ele o responsável pelas últimas grandes alegrias dessas arquibancadas de cimento carcomido e pintura descascada, ao vencer o GP do Brasil em 2006 e 2008. Portanto, nada como se despedir delas de perto, sem capacete, olho no olho.
Felipe saiu do carro, acenou para a torcida, apareceu uma bandeira brasileira, se enrolou nela e chorou. Foi chorando que passou pelos boxes da Mercedes, e todos os mecânicos saíram de dentro da garagem para aplaudi-lo. O mesmo fizeram os amigos da Ferrari. Em sua direção, Raffaela, a mulher, e Felipinho, o filho, vieram para abraçá-lo e beijá-lo. Massa chorou tudo que tinha direito. A corrida, naqueles poucos minutos, perdeu importância. Era a despedida de alguém que fez deste autódromo uma casa, no começo da carreira, e um palco, no final.
Ternura, carinho, gratidão, amor, tudo isso se misturou nos beijos, abraços, aplausos e lágrimas. Felipe, provavelmente, nunca mais vai correr em Interlagos. Seja qual for seu futuro, ele não passa pelo autódromo paulistano. As categorias que cogita são o WEC, o DTM e a Fórmula E. Nenhuma delas tem o Brasil na rota. O mais provável é que caminhe para os carros elétricos. Interlagos, de novo, só se for de brincadeira, ou convidado para alguma prova nacional.Felipe ainda tem mais um GP pela frente, mas Interlagos é que teve cara de despedida. A próxima será em Abu Dhabi — distante e fria, sem o calor dos torcedores. Missão cumprida, pois. E se é verdade que sua corrida hoje esteve longe de oferecer alguma perspectiva razoável de bom resultado, não é menos verdade que o destino acabou sendo generoso com o abandono na reta dos boxes. Ninguém gosta de bater o carro. Mas se tiver de acontecer, que seja assim.
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