Mas também não são todos um desastre, aqueles que ocupam seu lugar em Maranello. Algumas vezes, é um pouco de falta de sorte, mesmo. O momento-chave para Raikkonen foi o primeiro pit stop. Não trocou o pneu, uma aposta, e se deu mal. Passou a virar tempos de F-3, perdendo 5, 6 segundos por volta. Alonso fez o mesmo e também se estrepou. No passado, esse tipo de coisa funcionou em algumas ocasiões.
O azar, de Kimi e de Felipe, foi o momento da parada. Ali, naquele exato instante, o melhor era não trocar, mesmo. Mas veio uma pancada de chuva logo depois e a estratégia foi por água abaixo. Acontece. Mas entrará na lista dos “erros da equipe” nesta temporada.
O que foi estranho de verdade foi o comportamento dos dois carros no piso molhado. Raikkonen e Massa foram os pilotos que mais rodaram em Silverstone, e é quase um milagre que ambos tenham chegado ao fim da prova andando. Lucro para Raikkonen, que foi combativo e persistente, conseguindo cinco pontos importantíssimos com o quarto lugar. Prejuízo tremendo para Massa, que era líder isolado com alguma folga para concorrentes diretos e agora divide a posição na tabela com seu companheiro e com Hamilton.
Felipe é ruim na chuva. Não é a primeira vez que faz uma prova abaixo da crítica em pista molhada. Nas minhas contas, foram pelo menos cinco estilingadas por todas as curvas de Silverstone. Dos que se mantiveram na pista e receberam a bandeirada, foi o último colocado, a duas voltas do vencedor. Teve muitas dificuldades para fazer ultrapassagens e foi o que mais sofreu pela ausência do controle de tração.
Pareceu-me claro, também, que a Ferrari não tinha um acerto de carro lá muito adequado para as condições da pista. Enfim, hoje foi um daqueles dias em que não só um Ross Brawn fez falta. Fez falta também um piloto como Schumacher. Ou como Barrichello.