Blog do Flavio Gomes
F-1

BELGICANAS (14)

SÃO PAULO (é isso aí, gasolina na fogueira!) – Eu normalmente acho que os comissários esportivos das corridas têm sempre razão (não é a FIA quem decide essas questões em provas, mas sim os comissários, que variam de GP para GP), porque dispõem de vídeos, cabeça-fria e experiência para analisar, rapidamente, questões difíceis. Apenas para […]

SÃO PAULO (é isso aí, gasolina na fogueira!) – Eu normalmente acho que os comissários esportivos das corridas têm sempre razão (não é a FIA quem decide essas questões em provas, mas sim os comissários, que variam de GP para GP), porque dispõem de vídeos, cabeça-fria e experiência para analisar, rapidamente, questões difíceis. Apenas para mencionar, pois não os conheço, os comissários que decidiram pelo drive-through a Hamilton (transformado em 25s a mais no tempo porque a corrida já tinha terminado) foram: Nicholas Deschaux, Surinder Thatthi e Yves Bacquelaine.

A punição foi embasada na seguinte sentença, que consta do documento #49 do fim de semana belga: “Cut the chicane and gained an advantage”. Cortou a chicane e ganhou uma vantagem. Matou a família e foi ao cinema.

Creio que há um equívoco essencial, aí. Hamilton não cortou a chicane para ganhar vantagem. Fê-lo (como escrevo bem!) para não bater em Raikkonen, o que é bem diferente. Uma coisa é o cara cortar caminho para fazer os outros de bobos. Outra é aproveitar que enfiaram asfalto em tudo que é canto dos circuitos para evitar uma batida, o que fez Lewis, e dali em diante seguir com o cortejo porque havia uma corrida ainda por terminar.

Portanto, acho que o trio de comissários partiu de um princípio que não condiz com a realidade dos fatos (como escrevo mal!), determinando logo de cara, para abrir a discussão, que Hamilton cortou a chicane e levou vantagem. Um julgamento duro e difícil de ser feito, não? O pobre do Hamilton mesmo disse, depois da corrida: “Devolvi a posição. O que mais eu poderia fazer?”.

Pois é, não sei bem. Talvez ir ao confessionário e rezar dez ave-marias, pedindo perdão por ultrapassar outro carro numa corrida de carros.

A McLaren recorreu da punição. A história recente avisa que são raríssimos os casos em que há uma mudança das decisões de comissários. Em todo caso,  a equipe inglesa tem todo direito de chiar.