SÃO PAULO (preciso almoçar) – No day after do GP da Turquia, é interessante notar como são as coisas na F-1. A gente aqui elogiando e achando o máximo Red Bull e McLaren liberarem seus pilotos para a disputa, para depois saber que na verdade o que houve foi uma comédia de erros de pilotos e engenheiros motivada por ordens mal compreendidas.
Ou então são todos mentirosos, querendo explicar o inexplicável…
Na Red Bull, foi o seguinte. Vettel foi avisado por seu engenheiro que era para passar Webber, que por sua vez teria sido avisado que tinha de economizar combustível, e que o alemão estava mais rápido e iria passar, porque senão iria se dar muito mal com Hamilton, que vinha babando. Assim, Vettel foi para a ultrapassagem sem muito medo de errar, porque fora orientado para tal, porque o parceiro iria tirar o pé. Só que o parceiro não tirou o pé, ou porque ficou puto com a ordem para tirar o pé, ou porque não sabia que tinha de tirar o pé, e no fim Vettel bateu e chamou Webber de biruta.
Enfim, todos birutas. Se é para liberar a disputa, que liberem, e depois estabeleçam regras claras para seus pilotos. Não dá é para trabalhar no limite do erro desse jeito. Um engenheiro fala uma coisa, o piloto entende outra, uma zona. Mas, no fim das contas, ainda bem que ainda acontecem tais erros. Se não fosse assim, a Red Bull estaria muito mais à frente do que já está.
Na McLaren, foi o seguinte. Hamilton foi para o pódio depois da vitória com cara de que tinha chupado um limão sem tequila. Porque na liberal McLaren também há ordens de equipe. Foi avisado pelo rádio que era para tirar o pé, porque estava crítico no consumo, e achou que Button saberia disso. Pelo jeito, Button não sabia. Ou deu uma de migué. E como não precisava economizar nada, viu que tinha uma chance e foi para o ataque.
Mesmo caso da Red Bull: informações confusas, ordens e contraordens. Button acabou sendo sensato, me parece. Não insistiu quando viu que Hamilton ficou bravo e resistiu à ultrapassagem. Ficou na dele depois de três curvas lado a lado.
Essa turma tem muito que aprender com a cartilha de Jean Todt e Ross Brawn.
E quer saber? Sorte nossa que são atrapalhados. A Ferrari, naqueles tempos, era bem previsível e a gente sabia que a partir de certo momento na corrida nada mais aconteceria. Com os trapalhões rubrotaurinos e mclarianos, nunca se sabe como será o final.